quinta-feira, 20 de março de 2014

O que fazer depois de uma entrevista de emprego

Especialistas dão dicas para lidar melhor com a espera pelo resultado do processo seletivo, sem parecer chato ou inoportuno

O que fazer depois da entrevista? (Foto: Shutterstock)
Você acabou de sair de uma entrevista de emprego. Você acha que foi bem, mas não quer criar grandes expectativas para não sofrer a decepção se não der certo. Independentemente disso, você passa a checar o seu e-mail compulsivamente e fica nervoso a cada vez que o seu celular vibra – principalmente se o número for ‘bloqueado’.

Nesse momento, muitos candidatos esquecem que a demora em receber respostas muitas vezes não é uma prática proposital das empresas e envolve diversos fatores como férias do gestor, congelamento de vagas e reestruturação. Qual é a melhor forma de esperar pelo retorno? Como reagir a um não? Qual é o tempo certo para procurar outros processos?

Época NEGÓCIOS conversou com consultoras especializadas em processos seletivos para saber como lidar da melhor maneira com os acontecimentos posteriores a uma entrevista.


Como controlar a ansiedade enquanto aguarda um retorno do processo?

Controlar a ansiedade é algo que depende de cada pessoa. Há aqueles que irão checar o email compulsivamente, como há candidatos que vão esperar uma resposta apenas no prazo pré-determinado. Segundo as especialistas, não é possível ter controle sobre o ‘timing’ da resposta, porque há muitos fatores que influenciam o retorno da empresa. Uma dica é enviar um e-mail agradecendo pela oportunidade e reafirmando o interesse na vaga em disputa. “Mas de forma simpática, direta e sem mostrar pressão pelo retorno”, afirma Gabriela Colo, consultora da Havik.

Para Flávia Queiroz, gerente da Page Talent, é importante que o candidato acompanhe os prazos que recebeu, mas não é necessário prender-se a essas datas. “É comum ter atrasos porque os processos envolvem a agenda de muitas pessoas”.


O empregador comentou que a resposta viria no dia 10. Após esse prazo, o candidato não recebe nenhum retorno – nem mesmo negativo. O que fazer?

Cobrar um retorno logo no dia seguinte ao prazo dado pela empresa não é algo recomendado. “Espere alguns dias e aí, então, não há problema em procurar o gestor ou o profissional do RH pedindo um feedback”, afirma Flavia. A busca não é negativa desde que não haja pressão. “A cobrança tem que ser feita de uma forma leve. Se for muito insistente pode até mostrar desespero do candidato”, diz Gabriela. Segundo a consultora, é importante pedir um retorno mesmo que seja a desaprovação no processo – as empresas sabem que o candidato está ansioso pelo resultado.


Como demonstrar interesse sem ser inoportuno?

No caso de procurar a empresa por um retorno, opte por um e-mail simples, curto e direto. “Escreva de modo objetivo, afirmando que tem grande interesse em trabalhar na empresa e que gostaria muito de receber uma resposta. Isso não irá parecer inoportuno”, afirma Flávia. Não cite a data prevista inicialmente. “Nunca escreva: vocês disseram que a resposta viria no dia 10 e hoje é dia 11 e eu não recebi nada até agora”, diz Gabriela.


O candidato recebe a aprovação em um processo, mas deseja muito ter um retorno positivo em outro. Como lidar?

Para as consultoras, ser transparente é um dos comportamentos fundamentais durante um processo seletivo. As empresas têm conhecimento de que o candidato – principalmente na fase trainee – participa de muitos processos simultâneos. Se o candidato for aprovado na empresa A, mas ficar na dúvida em aceitar o convite por esperar o resultado da empresa B (que é de seu maior interesse), estabeleça contato com as duas empresas. “Procure a empresa A, demonstre interesse na vaga, mas peça alguns dias para informar a sua escolha”, afirma Gabriela. Para Flávia, não há problema no fato do candidato avisar que está esperando outras respostas para tomar uma decisão. “Diga que é importante para você saber do resultado de todos os processos que está envolvido para tomar a decisão certa na sua carreira”.

Para a empresa B, avise que você deseja um retorno mais rápido – já que foi aprovado em outro processo seletivo. As consultoras afirmam que as empresas entenderão a postura e apreciarão o fato de o candidato ser transparente. “O ruim é prosseguir no processo de admissão e depois de uma semana avisar que está saindo para outro trabalho", diz Gabriela.


O retorno finalmente veio, mas a resposta foi negativa. É preciso responder o contato?

Se o feedback chegar por um e-mail corporativo, não é necessário responder, já que muitas vezes essas mensagens são automáticas. No caso do retorno chegar através de uma mensagem de um profissional do RH ou diretamente do gestor, as consultoras afirmam que é “educado e oportuno” responder e agradecer pela oportunidade. Flávia também dá uma dica para o caso de a empresa entrar em contato via telefone: se existir uma brecha pergunte o motivo da desaprovação e se há algum ponto na avaliação que não foi positivo. “As empresas dificilmente abrem esses dados, mas se abrirem, é importante para o candidato conseguir fazer uma auto-avaliação e encontrar os seus pontos fracos”, afirma.


Quanto tempo deve-se esperar para começar a buscar outras oportunidades?

É preciso estar sempre em busca de alternativas. Para as consultoras, não há motivo para focar em apenas uma empresa. Por outro lado, não é recomendado sair participando de todos os processos abertos que aparecem. “Procure vagas que estejam próximas ao seu perfil, com características que você se identifica”, afirma Gabriela. É importante ter prioridades, já que envolver-se em muitos processos pode trazer dificuldades posteriores para administrar o tempo e "estar sempre disponível".


Como não deixar que um feedback negativo faça o candidato perder a confiança no que faz e em sua capacidade profissional?

O candidato não pode encarar um retorno negativo como sinônimo de falta de qualificação profissional. “A desaprovação pode vir por várias razões: desde uma movimentação interna na empresa, cancelamento da vaga até incompatibilidade do perfil”, diz Gabriela.

A dica das consultoras é realizar uma auto-avaliação constante – tanto no aspecto profissional quanto do tipo de vaga que está concorrendo. “Pergunte-se sempre: será que não preciso me atualizar? Meu inglês está enferrujado? Estou de acordo com as expectativas do mercado?”. Em caso de dificuldade, buscar ajuda profissional, como coachings, pode ser uma saída.

Não desista de uma empresa que você deseja muito. “Às vezes naquele momento o seu perfil não fazia sentido para a empresa. Mas pode ser que abra outra vaga, o gestor mude ou haja uma reestruturação e você seja chamado”, afirma Flavia.


Fonte: Época NEGÓCIOS
20/03/2014

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