sábado, 28 de abril de 2012

Burrice das multidões ou Inteligência coletiva?

Pessoal,

Durante nossa vida, acumulamos uma série de lições que aprendemos com as diversas pessoas com as quais tivemos contato. Sabe aquela frase: “aprendi isso com fulano…” e outras expressões parecidas?

Pois um dos ensinamentos que registrei, e que volta e meia cito para as pessoas, é uma frase da minha professora de educadoria no MBA que fiz sobre planejamento e gestão empresarial.

Em meio à discussão sobre participação das pessoas e processo decisório, alguém comentou sobre a questão da maioria imperar na tomada de decisões. Foi aí que ela afirmou: “Muitos afirmam que a maioria tem razão, mas a maioria não tem razão, a maioria decide o que vai fazer. Se a maioria tivesse razão sempre, nenhuma eleição daria errado”.

Resgato essa passagem e ensinamento da minha vida, porque tive contato com um artigo sobre inteligência coletiva da professora de programação e criadora de games Kathy Sierra. Segundo a professora, aproveitar a inteligência coletiva pode trazer muitos benefícios. O objetivo é agregar, de algum modo, a sabedoria de cada indivíduo independente. Kathy exemplifica separando inteligência coletiva de burrice das multidões:

- Inteligência coletiva é um monte de gente escrevendo resenhas de livros na Amazon. Burrice das multidões é um monte de gente tentando escrever um romance juntos;

- Inteligência coletiva são todas as fotos no Flickr, tiradas por indivíduos independentes, e as novas ideias criadas por esse grupo de fotos. Burrice das multidões é esperar que um grupo de pessoas crie e edite uma foto juntas;

- Inteligência coletiva é pegar ideias de diferentes perspectivas e pessoas. Burrice das multidões é tirar cegamente uma média das ideias de diferentes pessoas e esperar grande avanço.

Em meio a todas as possibilidades que a Internet oferece de conectar pessoas para formar essa inteligência coletiva, ainda é necessário um eixo organizativo. A professora Kathy cita o exemplo da Wikipedia, que poderia ter sido um fracasso se buscasse o consenso entre os editores dos artigos, mas graças ao trabalho dos administradores, que tomam decisões que nem sempre geradas pelo consenso, determina a qualidade do conteúdo, ou seja, é necessária a presença de um editor.

Do meu ponto de vista e trazendo esses ensinamentos para a realidade das empresas, a diversidade de perspectivas é um elemento importante para aquelas que buscam investir em criatividade navegando nas ondas revoltas da nova economia. Na constante busca por pessoas com a capacidade e a disposição para colaborar entre diferentes disciplinas, as empresas buscam criar equipes verdadeiramente interdisciplinares. Em uma equipe interdisciplinar, todos se sentem donos das ideias e assumem a responsabilidade por elas.

Em uma equipe multidisciplinar, cada pessoa defende a própria especialidade técnica e o projeto se transforma em uma prolongada negociação entre os membros da equipe, provavelmente, resultando em concessões a contragosto.

Nesse ambiente, o papel do líder é conciliar forças, instintos, interesses, condições, posições e ideias conflitantes; ser o eixo organizativo dessa inteligência, assim como fazem os administradores dos artigos na Wikipedia. Em um mundo decomposto pela análise, realizar a síntese, reunindo tudo em estratégias coerentes, organizações unificadas e sistemas integrados.

Este é um trabalho árduo.Tendo em vista que o mundo da gestão é dividido em muitos pedacinhos e decomposto em regiões, divisões, departamentos, produtos e serviços; para não falar em missões, visões, objetivos, programas, orçamentos e sistemas.

Diante desse desafio, líderes precisarão desenvolver a habilidade da REflexão. REflexão significa perguntar, sondar, analisar, sintetizar, conectar. Em latim, refletir significa mudar de direção (retroceder, recuar), sugerindo que a atenção seja direcionada ao interior para que depois ser voltada para o exterior, permitindo que vejamos um objeto familiar de modo diferente, ou, no caso da inteligência coletiva, de perspectivas diferentes.

O futuro aponta para organizações que procurem facilitar a colaboração, a ajudar as pessoas a trabalharem em equipe com outras pessoas de outras unidades. O futuro aponta para organizações em formas de redes interativas e não como hierarquias verticais e onde a gestão procura funcionar ajudando a trazer à tona a energia que existe naturalmente dentro das pessoas.

Uma organização saudável não é uma série de recursos humanos soltos, cada um cuidando apenas do próprio território, mas sim uma comunidade de seres humanos responsáveis, que se importam com o sistema como um todo e com sua sobrevivência no longo prazo.

Ela é fruto de uma inteligência coletiva e não de uma burrice coletiva. Afinal de contas, empresas são abstrações. O que vale, de verdade, são as pessoas dentro delas. Empresas são redes interativas, não hierarquias verticais. Empresas são redes sociais tecidas e integradas pelos fios do conhecimento.

@blogdomarcelao


Fonte: Blog HSM
28/04/2012

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Jeitinho brasileiro de fazer acontecer

Grandes nomes, grandes lideranças. Confira como foi o Painel de CEOs no encerramento do primeiro dia do Fórum HSM Gestão e Liderança 2012

Betania Tanure, psicóloga, doutora em Administração pela Brunel University e professora do Programa de Pós-Graduação da PUC-Minas, mediou o Painel com CEOs que trouxe como tema o jeito de ser e de fazer negócios de empresas brasileiras excepcionais.

Antes de começar o debate com os convidados Ozires Silva, que fundou e presidiu a Embraer e passou pela Varig e Petrobras, Cledorvino Belini, Presidente da Fiat e Chrysler para América Latina, e Luiz Seabra, fundador da Natura, Tanure apresentou alguns tópicos revelantes de pesquisas realizadas em empresas brasileiras que dão certo.

A professora enfatizou a importância de se reconhecer estratégia, estrutura e processos como dimensões mais racionais da organização, e liderança, cultura e pessoas como o lado mais emocional.

“Nossas pesquisas indicam que os executivos brasileiros dizem que o seu foco principal são pessoas, cultura, liderança. Porém, poucos agem assim. Enquanto não encararmos esta questão de frente, as vantagens competitivas das organizações brasileiras estão comprometidas”, afirmou.


É possível copiar a estratégia?

Cledorvino Belini afirma que sim. “A gente tenta dizer que não, mas sempre temos como conseguir a informação estratégica do concorrente”.

Para Luiz Seabra, à medida que as empresas crescem, às vezes essas soluções acabam se repetindo nas organizações. “A cultura acumulada precisa prevalecer”.

Já Ozires Silva acredita que mapear processos do concorrente sob o ponto de vista interno é mais difícil, mas é possível. É preciso olhar para fora, mas posicionar o nosso cliente. Ou seja, copiar estrutura, estratégia e processos do concorrente é razoavemente fácil, mas “não é nesta dimensão que constrói a sua vantagem competitiva para ter um desempenho razoável”.

Cheiro igual ou diferente?

Ao ser questionado por Tanure sobre a possibilidade de se copiar a cultura, a liderança e as pessoas da Natura, Seabra foi categórico. “O cheiro do lugar é a cultura da empresa. Esta é uma vantagem competitiva sustentável ou uma desvantagem. É aí que mora o grande desafio dos líderes das empresas”.


Tempero Agridoce

Tanure explicou que o cheiro das empresas brasileiras tradicionais está acocorado nas características principais da cultura brasileira. E apresentou dados de uma pesquisa realizada com mais de 160 mil pessoas, que aponta três fatores principais que impactam a gestão:

Autoritarismo/Centralização – jeito de ser da empresa brasileira continua sendo autocrático, por mais que o jeito de fazer tenha mudado ao longo dos trinta últimos anos.

Relacionamentos / Afetividade – a paixão que as pessoas colocam afetivamente nas empresas. “O lado sombra deste traço que ocorre com muita freqüência é a dificuldade de dar um feedback claro, de reconhecer a meritocracia”.

Flexibilidade – alguns chamam de jeitinho brasileiro. A capacidade de mudar rapidamente, ainda que a indisciplina seja um lado negro no Brasil.

Para a professora, estas três características fazem o cheiro da empresa brasileira.


Resultados Empresariais

Em alguns pontos os debatedores alinharam as experiências e concordaram que empresas bem sucedidas olham os resultados empresariais.

“A ambição é algo que puxa o desenvolvimento. A obediência deve ser substituída pela disciplina individual. O apoio e a confiança sustentam tudo isso. Este é o modelo das empresas brasileiras de desempenho excepcional”, declarou Tanure.

A professora explicou que isso é o que ela chama de “agridoce”. “Tem o lado difícil, desafiador, de decisões duras. Este tempero o líder deve gerenciar ao longo de sua vida gerencial”.


Janela de Oportunidades

Ozires Silva ponderou que estamos vivendo num mundo mais acelerado e de mudanças que a humanidade jamais viu. Existe uma enorme janela de oportunidade. Se o mundo acredita em nós, vamos fazer com que isso realmente aconteça, vamos dar o melhor de nós. Há muito coisa por fazer.

Entre as muitas lições trazidas pelos CEOs no painel Brasil Presença na Gestão que Dá Certo, Seabra afirmou que a razão de ser é o exercício do nosso modo de pensar e sentir sistematicamente.

“Isso vai melhorar a nossa empresa e a nossa vida também. É se perceber habitando um mundo e ser capaz de bem cuidar do nosso país”.

Para Belini, as equipes passaram a trabalhar de formas diferentes, produzindo produtos da forma como os clientes desejam com inovação, tecnologia, qualidade e performance.

“Isso tem sido a chave da empresa”. Ozires fechou o painel enfatizando que acredita fortemente nas pessoas e que é preciso gerar confiança entre elas.

Regras claras: como éticas, transparências se constroem em ambientes de confiança. Para ele, é preciso acreditar na união e entregar o coração para o que se faz.

“A paixão de vencer e de ser vitorioso é que muda tudo. É preciso levar significado para a vida das pessoas. Por mais difícil que pareça, tudo é possível”.


Fonte: Portal HSM
16/04/2012

quinta-feira, 12 de abril de 2012

XIX CONAMERCO - 2012

Caros alunos(as) e professores(as),

Será realizado no período de 12 a 15 de junho de 2012, no Center Convention Uberlândia, o principal evento internacional na Área de Administração do continente da América do Sul, o XIX CONAMERCO - CONGRESSO INTERNACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO MERCOSUL. 



Maiores informações e inscrições: http://conamerco2012.com/

Certificação para os inscritos.

Nesse mesmo evento será realizado conjuntamente o II EnFAGEN - Encontro das Faculdades de Gesão e Negócios, além da Feira Internacional de Logística.

Maiores informações: http://www.enfagen2012.com.br/

Um excelente momento para atualização e networking internacional, além de um espaço para publicações em nossa área, que tem data limite para submissão de trabalhos até o dia 18/04/12.

Veja a apresentação completa clicando no link:

sábado, 7 de abril de 2012

O que perguntar ao franqueador antes de fechar negócio

Questionário foi elaborado por Paulo Ancona, sócio da consultoria Vecchi Ancona

Por Bruna Martins Fontes


Esta reportagem é um extra da matéria “50 novas franquias”, publicada na edição impressa de Pequenas Empresas & Grandes Negócios (ed. 278 - março/2012).




Antes de fechar negócio com uma franquia, é essencial conversar bastante com o franqueador para se certificar de que a empresa tem uma estratégia sustentável de expansão e de que está preparada para dar suporte às novas unidades.

Para ajudar nessa tarefa, Paulo Ancona, sócio da consultoria Vecchi Ancona, especializada em franchising, criou um check-list com todas as perguntas que um candidato a franqueado deve fazer ao responsável pela franquia.

Mas o questionamento não deve se limitar ao franqueador, alerta Ancona. “Peça a lista de franqueados e contate alguns deles para saber o que vai bem, quais são os principais problemas da rede e como ela age para resolvê-los”, afirma o consultor.

Confira as 20 perguntas fundamentais para decidir se vale a pena investir na marca.

1. Há quanto tempo a empresa existe e desde quando vende franquias?

2. Que tipo de suporte a marca oferece aos franqueados?

3. Qual é a frequência de visitas e de reciclagens?

4. Já houve casos de franquias fechadas? Qual foi o motivo?

5. Qual é a projeção de vendas para os próximos 12 meses?

6. Qual é o perfil considerado ideal para os franqueados da rede?

7. Como é a concorrência no ramo e como a marca se posiciona em relação a isso?

8. Existe apoio na escolha do ponto? Quem o aprova?

9. Quanto tempo dura o treinamento e como ele é feito?

10. Há manuais operacionais que eu possa consultar se tiver dúvidas?

11. Os produtos respeitam as diferenças regionais ou são iguais em toda a rede?

12. O preço final sempre é definido pelo franqueador?

13. De quem vou adquirir equipamentos, insumos e produtos necessários ao negócio?

14. Qual é o valor total de investimento, incluindo ponto, equipamento, instalações e estoque?

15. Quais são os valores de receita líquida mensal, despesas operacionais, impostos diretos e lucro líquido antes dos impostos?

16. A empresa tem projeção financeira para os próximos cinco anos?

17. Quantas horas diárias devo dedicar à operação do negócio?

18. Quais são as condições para a rescisão unilateral do contrato?

19. Qual é o perfil dos consumidores e como esses dados são atualizados?

20. Terei exclusividade no território em que atuo? Como esse território é definido?



Fonte: PEGN - Pequenas Empresas, Grandes Negócios
07/04/2012

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Como identificar um futuro líder de mercado?

As características mais importantes em um empreendedor são visão de mercado e liderança de pessoas
         
Por Carlos Miranda*   

Na minha atividade de gestão de fundos de private equity, um dos principais desafios é identificar quais empresas serão as futuras líderes de mercado. O primeiro “filtro” que faço é buscar empresas que sejam lideradas por empreendedores excepcionais – aqueles que, com disciplina e foco, conseguem transitar sobre os principais desafios que uma empresa em processo de rápido crescimento enfrenta.

Esses desafios são basicamente: (i) saber identificar, atrair, inspirar, reter e desenvolver talentos; (ii) ter claramente definido quais serão o seu mercado, as suas necessidades e como gerenciar as suas mudanças; (iii) conseguir fazer uma gestão financeira eficaz, sabendo gerenciar aspectos como financiamento, sazonalidade, definição e variação de capital de giro; (iv) desenvolver uma operação consistente e confiável; (v) estabelecer boas alianças estratégicas ou associações; e (vi) ter capacidade de mitigar os riscos inerentes ao setor em que atua e os da organização.

Em seus estágios iniciais, as organizações não têm porte suficiente para conseguir estabelecer e absorver os custos de departamentos com atribuições específicas para atender esses desafios. Por isso classifico esse empreendedor que buscamos como excepcional.

Essa excepcionalidade está nas múltiplas competências que essa pessoa tem e na capacidade de, além de inovar e criar um novo negócio, conseguir desenvolver novas competências que não tinha antes de abrir a empresa.

É claro que, na medida em que a organização crescer, o empreendedor irá buscar essas competências com novas pessoas ou em alianças ou associações que irá estabelecer ao longo da vida da organização.

Já fui questionado várias vezes qual a ordem de importância dessas competências. Embora eu acredite que todas sejam igualmente importantes, eu diria que algumas delas são eliminatórias para quem quer empreender. As duas primeiras: visão de mercado e gestão de pessoas.

O empreendedor que não conhece ou não busca conhecer o mercado em que quer atuar não vai a lugar algum.

A visão de mercado possibilita entender as necessidades das pessoas, o comportamento do consumidor, quanto estaria disposto a pagar por soluções inovadoras e, mais ainda, se o problema que se quer resolver e a sua solução são suficientemente relevantes para conseguir atrair clientes para o negócio.

Quanto à gestão de pessoas, não podemos esquecer que empreender, além da parte criativa, é uma constante gestão de recursos escassos, procurando fazer mais com menos.

Como já disse, vários dos atributos que podem gerar liderança para uma organização, por conta de sua natureza diversa, poderão ser encontrados em mais de uma pessoa. Ter portanto a capacidade de atrair pessoas que representam diversidade em todos os sentidos para o seu negócio (técnica, de gênero, de crenças, entre outras) e, principalmente, conseguir fazer com que esses colaboradores participem das conquistas e, antes que elas ocorram, acreditem que ocorrerão é talvez um dos talentos que mais observo nos empreendedores de sucesso.

Lembro que, certa vez, quando estudava a vida de um famoso empreendedor brasileiro, Edson de Godoy Bueno, encontrei a declaração de uma de suas colaboradoras, que dizia: “O doutor Edson tem a capacidade de trazer as pessoas para dentro de seu sonho de tal forma que o sonho que era dele passa a ser de todos”.

Esses dois atributos podem até serem desenvolvidos, mas aqueles que nasceram com essas capacidades e que ao longo de suas carreiras empreendedoras conseguem aprimorá-las, esses sim são as joias raras que buscamos.

No entanto, isso também não é suficiente. Não acredito que, nos dias de hoje, empresas e gestores irão muito longe sem outros atributos como flexibilidade, aceitação da diversidade, integridade, busca da sustentabilidade e responsabilidade social.


*Carlos Miranda é presidente e fundador do fundo de private equity BR Opportunities, mestre em administração de empresas pelo IBMEC RJ e co-autor do livro “Empresas Familiares Brasilieiras”, organizado pelo Prof. Ives Gandra Martins
twitter:
@carlosmiranda2


Fonte: PEGN - Pequenas Empresas, Grandes Negócios
06/04/2012

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Coordenador do Curso de Administração da FUCAMP se fez presente no VII EGEPE - 2012

O Coordenador do Curso de Administração – Prof. Adm. Cássio Raimundo Valdisser, participou do VII Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas – EGEPE, que foi realizado de 28 a 30 de março de 2012, na cidade de Florianópolis – SC, sob promoção da Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas – ANEGEPE. O EGEPE é um espaço de discussão de temas relevantes no âmbito do Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas. O objetivo geral do evento foi fomentar o desenvolvimento da área de estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas no Brasil.

Na oportunidade o Prof. Adm. Cassio Raimundo Valdisser apresentou os trabalhos:

1)           A Relação entre Estratégia e Ambiente Organizacional: Uma Visão a partir de MPEs Industriais do APL de Cerâmica Vermelha da Região de Monte Carmelo – MG”.

2)           “O Percurso da Superação de Papel Coadjuvante à Busca do Papel Principal: Um Olhar para o Antes e o Depois da Adoção da Prática de Formulação e Implementação da Estratégia de Marketing em uma Pequena Empresa Industrial de Confecções”.






terça-feira, 3 de abril de 2012

Minha ideia é brilhante! Quer comprar?

Sua ideia é brilhante? É sim! Mas será que é escalável? Seu produto ou serviço atende uma necessidade ou resolve o problema de um número “x” de futuros consumidores? Esse segmento de clientes que você pretende atuar enxergará uma proposição de valor clara no que você entrega?

Algumas vezes, essas perguntas nem passam pela cabeça daquelas pessoas que estão apaixonadas pela sua ideia ou em alguma oportunidade que identificou.
Na maioria das vezes as ideias são muito boas, mas não estão alinhadas a uma necessidade real do mercado, e quando isso não acontece, essas ideias já nascem com o dia do enterro marcado.

Nós, brasileiros, somos o povo do “bota pra fazer”, e antes de parar um pouquinho e pensar em como fazer determinada ideia dar certo (estratégia), saímos executando, e então quando vamos para o mercado vender essa ideia, bate o primeiro baque: ninguém quer comprar!

E qual a consequência disso? Aprendizado sim, e talvez, desmotivação. E se você não é persistente como o Thomas Edison, pode acabar desistindo já no início.

O pior dessa história, é que na maioria das vezes as ideias são muito boas mesmo, mas não foram bem trabalhadas, não foram amadurecidas, elas não foram lapidadas com as ferramentas adequadas para um posicionamento correto, e isso demanda tempo, esforço, muitos estudos e um pouquinho de conhecimento sobre business.

Planejar é uma tarefa chata? Para uma grande parte das pessoas sim, mas um mínimo de planejamento é necessário quando estamos falando em ir em busca do “desconhecido”.

Tenho estimulado as pessoas a anotarem todas as ideias, insights e maluquices que vier a cabeça. Seja no bloco de notas do smartphone, num post-it, no moleskine, no caderno da faculdade, na agenda de trabalho, enfim, qualquer lugar. Existem softwares free para a criação de mindmaps (mapas mentais) que são muito bons para guardar e organizar essas ideias.
Um monte de ideias, na cabeça não dá muito certo! Não confie na sua memória!

Ainda mais hoje que recebemos em média 3000 informações por dia, já pensou quantas oportunidades passam diariamente a nossa frente e perdemos? E é assim, a gente esquece, e mesmo que essa ideia não faça sentido naquele momento, ela pode fazer ao se conectar com outra!

É impressionante trabalharmos com abordagens que permitem às pessoas utilizarem mais o lado criativo do cérebro e “viajar” nas ideias. Os resultados são fantásticos!

Tenho aplicado em vários projetos, a abordagem do Design Thinking para a Cocriação de Ideias, seja para a criação de produtos, de serviços ou de modelos de negócios, com o viés da inovação.

Para quem não conhece, a abordagem de “pensar como um designer” traz uma série de ferramentas que tem como principal objetivo trabalhar ideias e solução de problemas do lado de lá, ou seja, com empatia.

Dedicar-se a entender quem é o seu cliente, quais as atividades que pratica e o seu comportamento, lhe permite criar um serviço ou produto mais alinhado às necessidades dele.

O tripé do Design Thinking é a Empatia, a Colaboração e a Experimentação, sendo assim, esse modelo mental permite uma atitude mais assertiva, pois o foco é direto nas pessoas.

Philip Kotler, o papa do marketing, definiu em uma de suas últimas publicações, o livro Marketing 3.0, que as empresas tem como desafio fazer do mundo um lugar melhor e precisam olhar para o mercado enxergando o ser humano em sua plenitude, com coração, mente e espírito e que a proposição de valor das empresas precisa ser: funcional, emocional e espiritual.

Inovação é valor percebido, e trabalhar uma ideia com essa abordagem lhe permite navegar em mares desconhecidos (divergência) e trazer para a realidade algo mais concreto ao final do trabalho (convergência), sem perder a essência da ideia.

Ok, mas os empreendedores ou os executivos que estão trabalhando com sua equipe na construção de algum projeto precisam ser especialistas nessas ferramentas? Não, mas eles precisam acreditar no processo e preocupar-se em dar o melhor de si durante o trabalho de construção colaborativa.

É um desafio, não? Mudança de mindset? Sim!

Assista esse vídeo e entenda:


De onde vem as boas ideias? from Incubaseg on Vimeo

Até a próxima!



Fonte: Blog HSM
03/04/2012
 

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Não há olhos para todos os liderados

Em palestra bem humorada, Clóvis de Barros Filho falou como confiar e desconfiar interfere na convivência social e impacta nossas decisões pessoais e profissionais

A confiança e a desconfiança caminham juntas não só no espaço profissional, como em tudo que envolve a nossa vida. Por isso, o professor Clóvis de Barros Filho, que é livre docente da Escola de Comunicação e Artes da USP, trouxe o tema confiança ao Fórum HSM Gestão e Liderança 2012.

O ser humano passa o tempo todo verificando o ambiente que nos cerca com os nossos sentidos e coletando informações para decidir que caminho vai seguir. Entretanto, por mais que se esforce, nunca será capaz de verificar tudo o que está a sua volta e tudo o que resta é confiar.

“Quem é líder sabe que não há olhos para todos os liderados. Por isso a confiança é essencial no espaço laboral”, comenta Barros Filho. Ele complementa argumentando que não há condição física e material para controle universal. Por isso, confiar é a certeza sobre algo que não podemos verificar.

“Quando você deposita o dinheiro no banco, você deixa de ter o dinheiro nas mãos, mas o banco lhe apresenta um extrato. Você confia que o extrato é o mesmo que o dinheiro.

Porque se todos desconfiarem ao mesmo tempo, o banco não terá o dinheiro para mostrar para todos”.

O professor lembrou que se todos resolvessem desconfiar radicalmente uns dos outros, o mundo acabaria em conflito, violência e caos. Dessa forma, conclui-se que a confiança é essencial para a existência humana.


O papel da DESconfiança

“Se confiança é fundamental, a desconfiança é inexorável. Para o filósofo Benedito Espinosa é melhor desconfiar da confiança. Afinal, a confiança é ingênua, enganadora e, portanto, perigosa”, relembrando a citação do famoso filósofo.

Apesar da importância do tema, não se pode escolher entre confiar ou desconfiar. “As causas que determinam a confiança independem da vontade das pessoas. Estamos presos numa cadeia de acontecimentos que simplesmente nos faz confiar em algo ou alguém”, explica o professor.

Outro tema destacado por Clóvis de Barros Filho foi a moral. Diferentemente da confiança, a moral está totalmente ligada às escolhas feitas pelo indivíduo segundo seus valores.

“É aquilo que você se impõe na hora de viver, assumindo princípios que você respeitaria mesmo que fosse invisível, mesmo que fosse invencível”, disse ele ressaltando a importância da liberdade de escolha.

“Moral é um verbo que se conjuga na primeira pessoa. Nada tem a ver com o olhar tirânico que chega de fora.”

A primeira confiança do ser humano, segundo o professor, é a de que a felicidade é possível. Para que isso aconteça, no entanto, o ser humano precisará buscar o entendimento com o próximo, através da confiança.

“Não foram poucos os profetas a recomendar a confiança universal, com amor ao próximo. É claro que apenas a confiança não eliminaria a tristeza, a frustração e a traição no mundo. Mas facilitaria muito a convivência”, completou o professor.


Fonte: Portal HSM
02/04/2012