segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Como aproveitar a atual crise econômica na Europa e nos EUA para expandir seus negócios?

Com os olhos do mundo voltados para o Brasil, este é um momento único para ganhar novas competências e experiências

Não tem como negar: o Brasil está na moda. Mais especificamente, a Copa, as Olimpíadas, os projetos de infraestrutura e o pré-sal estão na boca do povo (gringo). Também não há como negar que a crise econômica iniciada em 2008 se aprofundou, principalmente, na Europa e nos Estados Unidos. Mas imagino que você, como empreendedor(a), já deve ter feito uma das duas perguntas – E eu com isso? ou Como posso aproveitar este momento para expandir meus negócios?

Vamos tentar responder por partes. Em primeiro lugar, sim, você tem tudo a ver com isso. O resto do artigo é dedicado a responder a segunda pergunta.

Talvez por nosso longo histórico de inflação nos anos 80/90, forte pressão cambial e o fechamento do país ao mundo, ainda temos uma grande dificuldade em imaginar que nós, brasileiros, especialmente os pequenos e médios empresários, podemos contratar mão de obra estrangeira. O fato é que o eixo das negociações está mudando e, depois de muito tempo, os empresários brasileiros voltam a ter maior poder de barganha na hora de negociar globalmente. Situações vividas por alguns de nossos clientes em 2012 exemplificam bem isso:

• Empresa de engenharia contrata engenheiros e arquitetos espanhóis e portugueses com ampla experiência por salários equivalentes (ou às vezes menores) aos nacionais.

• Empresa de moda contrata designers italianos, com trabalhos para importantes marcas de Milão, para o lançamento de nova coleção.

• Empresa exportadora de polpa congelada de frutas abre escritório virtual e aluga espaço em armazéns de Miami para expandir suas vendas nos EUA.

• Empresa do setor hoteleiro/gastronômico recebe estagiários estrangeiros que estão cursando alguns dos melhores cursos de hotelaria da Europa.

• Empresa espanhola do setor de serviços ligados à área de projetos de infraestrutura compra empresa brasileira do mesmo setor.

Esses são alguns exemplos de como empresas brasileiras estão aproveitando a imagem e a perspectiva que o Brasil projeta lá fora e combinando com a necessidade real por trabalho (não necessariamente emprego) que possuem muitos profissionais na Europa e nos EUA.

Não se trata de desvalorizar a mão de obra nacional. Pelo contrário, devemos buscar aproveitar este momento único para ganhar novas competências e experiências, qualificando ainda mais nossas equipes em um contexto realmente globalizado.

Como sempre reforço nesta coluna, o importante, em qualquer momento, é fazer uma análise clara de quais recursos e competências necessitamos para desenvolver nosso projeto de internacionalização. O empreendedor realmente criativo e inovador é aquele com a mente aberta para buscar talentos onde quer que estejam, aproveitando a situação atual para aumentar sua competitividade, sem necessariamente gastar mais.

Se você pensa internacionalizar seu negócio e quer discutir estratégias, envie suas perguntas para especialistapegn@edglobo.com.br e coloque Internacionalização no campo “assunto” do e-mail.

Igor Tasic é CEO da Atlantico Partners (www.atlanticopartners.com), e-mail: igor.tasic@atlanticopartners.com



Fonte: Revista PE&GN
24/09/2012

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