quarta-feira, 27 de julho de 2011

Volta às Aulas - 01/08/2011

Caros Alunos do Curso de Administração da FUCAMP Sejam bem-vindos ao 2° Semestre Letivo de 2011.


Estamos iniciando um novo semestre que nos atrai irresistivelmente para o futuro e nos faz alimentar novos sonhos.

Quando sonhamos, sonhamos alto e grande crendo num futuro melhor e, damos o primeiro passo nesta direção transformando ideias em projetos, problemas em caminhos, desejos em conquistas, crianças em cidadãos, sonhos em realizações.

Depende de cada um de nós (alunos, professores, coordenação e direção), neste grande desafio do mundo contemporâneo, as intervenções reais na construção desse futuro que já chegou.

Sejam todos muito bem-vindos!!!

 

terça-feira, 26 de julho de 2011

Micro e pequenos geraram 851 mil vagas formais no primeiro semestre

Desde janeiro de 2009 a junho de 2011, elas empregaram 3,5 milhões de trabalhadores no país. A participação dos pequenos negócios superou a média histórica

Da Agência Sebrae de Notícias

As micro e pequenas empresas (MPE) geraram 67 de cada 100 vagas de trabalho formais criadas entre janeiro e junho de 2011. Nos seis primeiros meses do ano, elas empregaram 851.310 pessoas com carteira de trabalho assinada. A participação dos pequenos negócios superou a média histórica de contribuição para a geração de emprego formal, que é de 52% dos empregos.

Em junho, o percentual foi ainda maior, de 74,6%. Dos 215.393 empregos criados no mês passado, 160.683 estão nas MPE, segundo levantamento feito pelo Sebrae a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.

A tendência de líderes na geração de emprego vem sendo verificada desde 2009, período em que a crise econômica mundial causou demissões em muitos países. De janeiro de 2009 a junho de 2011, as MPE responderam por 80% dos 4,3 milhões postos de trabalho criados. Nos últimos 30 meses elas geraram 3,5 milhões de empregos.

“Os resultados mostram a representatividade das micro e pequenas empresas no mercado de trabalho, gerando emprego e renda para a população. Temos realizado um trabalho para aumentar também a participação das MPE na economia brasileira, por meio de programas do Sebrae que incentivam a inovação nos pequenos negócios como forma de torná-los mais competitivos”, afirma o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. As MPE respondem atualmente por cerca de 20% do Produto Interno Bruto brasileiro (PIB).


Emprego em junho

O número de postos de trabalho criados no mês passado foi 5% superior ao de junho de 2010. Em junho deste ano, as micro e pequenas empresas do setor agropecuário e de serviços foram as que mais empregaram. Do total de 160.683 postos de trabalho criados, 34,9% são da área agropecuária. Outros 24,9% estão no segmento de serviços. A construção civil e o comércio empregaram 14,2% e 13,9%, respectivamente. A indústria de transformação responde por 10,5% das vagas. A indústria extrativa mineral, os serviços de utilidade pública e a administração pública empregaram os outros 1,6%.


Fonte: Revista PEGN. Disponível em: revistapegn.globo.com
26/07/2011

Sua bateria empreendedora anda fraca?

Nós sabemos que, para muitas pessoas, empreender é uma paixão. Algo que traz inúmeras recompensas e faz com que um empreendedor não descanse até alcançar seus sonhos. Ainda assim, empreender também cansa e um dia cobra os custos de um trabalho tão árduo. Em algum momento, portanto, você precisa dar um intervalo para recuperar suas baterias – seja com intervalos no dia a dia agitado de trabalho ou até mesmo aquelas tão adiadas férias.

Para reconhecer esses momentos de sua jornada, a Entrepreneur fez uma lista com sete sinais de que está na hora de você relaxar um pouco antes de continuar.

1) A alegria se foi. Está adiando o momento em que você tem de ir para a empresa? Trabalhar já não o empolga como antes? Se você já não se sente mais feliz fazendo aquilo que você decidiu para sua carreira, está na hora de dar uma pausa – e reencontrar essa felicidade quando voltar.

2) Falta de criatividade e foco. O cansaço, o estresse, a tristeza, todos esses sentimentos negativos podem levá-lo a perder a concentração e torná-lo menos produtivo e inovador. Se esse é o caso, mais uma vez está na hora de recarregar. Você provavelmente retornará mais produtivo.

3) Perda do controle. Desequilibrar-se em situações em que você deveria ser comportar como líder e achar que você anda sobrecarregado são outros sinais de que sua força empreendedora não é mais a mesma.

4) Irritabilidade. Se seus colaboradores não aguentam mais o seu mau-humor, talvez seja o caso de se afastar e tirar um intervalo para voltar um pouco mais agradável. Férias já!

5) Insônia. Sua bateria fraca pode afetar também o seu sono. Não conseguir dormir direito é um bom indicador de que a falta de energia empreendedora anda incomodando também na cama.

6) Problemas de saúde. Sobrecarregar-se e trabalhar além dos seus limites pode cobrar um preço alto de sua saúde, mesmo que isso pareça o comportamento comum. Empreendedores também precisam se cuidar.

7) Avisos de pessoas próximas. Elas são as pessoas que o conhecem melhor. Se familiares e amigos passarem a avisá-lo de que você parece diferente e cansado, talvez você deva escutar e fazer uma pausa.


Fonte: Papo de Empreendedor - Pequenas Empresas & Grandes Negócios
26/07/2011

Infográfico: As 20 empresas + Inovadoras

A revista Fast Company acaba de divulgar um ranking com as 100 empresas mais inovadoras do mundo. O Portal HSM preparou para você um infográfico com as 10 empresas mais inovadoras do Mundo e as 10 mais do Brasil. São organizações que estão investindo hoje nas novas ideias que servirão de passaporte para o sucesso nas próximas décadas.

Na edição 87 de Julho/Agosto de 2011 da revista HSM Management você confere o ranking completo.





Fonte: Portal HSM
26/07/2011

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Internet: uma nova bolha prestes a estourar?

O mesmo fenômeno ocorrido em 2000 se repete. Será que os investidores estão caindo nos mesmos erros?

No último mês, Robert Schmidt, CEO do Google, afirmou em entrevista a uma revista suíça que uma nova Bolha da Internet, semelhante ao fenômeno ocorrido em 2000, pode estar se inflando no mercado. E esta sensação não é exclusiva do executivo. Uma movimentação intensa no mercado virtual tem gerado inúmeros comentários e uma dúvida: as empresas de internet estarão cometendo os mesmos erros de 11 anos atrás?

Recentemente, as duas gigantes da internet - Google e Facebook - sinalizaram interesse em adquirir o Twitter, o microblog de maior acesso do mundo virtual. O valor estimado da venda seria em torno de US$10 milhões. A rede social de currículos LinkedIn, que lucrou US$ 15 milhões em 2010, abriu capital na Bolsa de Valores de Nova York, elevando seu valor de mercado a US$4,25 bilhões. Em contrapartida, o MySpace, que foi adquirido em 2006, pela grupo News Corporation, por expressivos US$580 milhões, foi vendido há poucos dias à Specific Media, por “modestos” US$35 milhões.

A entrada de novas tecnologias no mundo virtual e a supervalorização destas empresas pode ser comparada ao fenômeno da Bolha da Internet que o mercado financeiro vivenciou do final dos anos 90, até o “estouro da bolha” em 2000.
Mas, na visão do economista e professor das Faculdades Integradas Rio Branco, Carlos Stempniewski, essa intensa movimentação das empresas de internet deve ser considerada, antes de tudo, um processo natural de mercado. “Diferentemente do que ocorreu em 2000, hoje não se vê negócios consistentes firmados, mas projetos embrionários que necessitam de investimentos em inovação para darem certo. Porém, é preciso lembrar que 2011 é um ano de muitas incertezas em relação ao futuro da economia e investir na internet não deve ser prioridade do pequeno e médio investidor” alerta.


Get rich quick

No final da década de 90, a economia estava sólida, a internet começava a se popularizar no mundo todo, e muitos empresários, crédulos no get rich quick tiveram a ilusão de que todo e qualquer negócio que fosse aberto ali estaria destinado ao sucesso. O mercado passou a receber e supervalorizar uma avalanche de empresas chamadas de pontocom que, sem um modelo de negócio estruturado e propostas absurdas de serviços, não durariam muito.

Todo esse frenesi veio ao fim em 10 de março de 2000, quando a bolsa eletrônica de Nova York, Nasdaq, chegou ao seu ápice de 5.132,52 pontos, o que é chamado de o “estouro da bolha”. Depois deste dia, as ações das empresas de internet começaram a despencar brutalmente, levando os investidores a enormes prejuízos.

Em 2006, Tim Berners-Lee, o britânico que inventou a internet, afirmava durante uma entrevista para o portal HSM, que a world wide web já estava pronta para realizar seu próximo grande salto e se tornar um ambiente aberto de colaboração, mas também advertia que os crimes virtuais e práticas anticompetitivas precisavam ser combatidos com o maior rigor. "Todo o panorama do setor é estimulante. Tivemos a bolha e o estouro da bolha, e agora vemos muitas empresas jovens, uma vez mais. Existe entusiasmo renovado no setor de capital para investimentos em companhias iniciantes. Minha sensação é de que a atividade está em alta,” afirmava.

Já é possível perceber o crescimento que Lee previu em 2006. No último semestre, o Facebook registrou um aumento de 133%, atingindo a marca de 21 milhões de usuários somete no Brasil. No mundo são cerca de 750 milhões de pessoas acessando diariamente a rede. Outra marca significativa no país, no ano passado o varejo nas lojas virtuais aumentou 40%, contra 13% de crescimento do varejo tradicional. “O que nós vamos ver nos próximos anos é a mudança na maneira como as pessoas se relacionam e isso suscita também na forma como elas fazem negócio. Como é natural em todo processo, algumas empresas vão se estabelecer e outras não”, analisa o professor e presidente do Conselho do PROVAR, Programa de Administração de Varejo da FIA, Claudio Felisoni.

Por isso, antes de investir em um negócio de internet é preciso fazer uma análise concreta para saber se o modelo de negócio tem força para se sustentar, adverte o consultor e autor do livro “A bíblia do marketing digital”, Claudio Torres. “Diferentemente de redes sociais como o Twitter e LinkedIn, que dependem do número de usuários para sobreviver, o Facebook já tem um modelo de negócio mais consistente, que gera receitas pelos diferentes aplicativos que a plataforma oferece e que trazem anunciantes”, exemplifica.

O autor ainda lembra que em 2000 havia muito capital de poupança investido nas pontocom, enquanto hoje se tem muito mais investidores profissionais. Ainda assim, alguns modelos de empresas de internet que estão em plena fase de expansão, como os sites de compras coletivas, podem representar riscos no mercado. “Na medida em que aumenta o número deste tipo de sites, o negócio tende a dispersar demais o público. Logo não valerá a pena para nenhuma empresa investir nesse tipo de promoção”, afirma.

Por motivos como este, o professor Fernando de Souza Meirelles, do Centro de Tecnologia e Informação Aplicada da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, defende que a frenética movimentação que ocorre hoje no mercado de internet trata-se de um processo cíclico, e que a ruptura de uma nova bolha será só uma questão de tempo. “O valor de mercado de cada uma destas empresas está embutido em uma expectativa de crescimento e lucro. Porém, há a certeza absoluta que a grande maioria não vai conseguir porque a interface ou o modelo de negócios ficará ultrapassado. Não há como fugir disso”, conclui.

Fonte: Portal HSM
25/07/2011

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Como chegar à mente do consumidor

Especialistas explicam como funciona a neurociência ligada ao marketing: emoções dominam lado racional na hora de decidir por um produto; outros profissionais consideram o neuromarketing algo fora da realidade


Se no passado, a prioridade era realizar as tradicionais pesquisas para diagnosticar as preferências do consumidor, hoje, com os avanços tecnológicos e atenção maior às emoções, a tendência, para muitos especialistas, é outra.

Em breve, haverá muito mais empresas alocando laboratórios de neuromarketing, como já fazem algumas multinacionais de bens de consumo e tecnologia, para entender o funcionamento da mente. Este entendimento vai desde as primeiras percepções até a tomada de decisão por determinado bem ou serviço. Por outro lado, há ainda profissionais que veem a ‘neurociência ligada ao marketing’ mais como ficção científica do que realidade.

No livro ‘Por Dentro da Mente do Consumidor’, o autor Philip Graves desvaloriza a importância das pesquisas, caracterizadas por ele como ‘falsa ciência’. Primeiro, porque muitas pessoas, segundo o especialista, não fazem o que respondem nos questionários. Depois, porque os dados refletem o retrato de um momento, ou seja, de um determinado grupo conforme as perguntas abordadas.

“Muito tem se falado e comentado a respeito desta nova ciência, o neuromarketing. Não diria que as pesquisas convencionais devem ser criticadas ou deixadas de lado, porém concordo que entender o consumidor é hoje um desafio e necessidade para qualquer empresa que queira sobreviver no mercado. Perguntar ao consumidor o que ele deseja pode ser perigoso, mas as pesquisas servem para indicar caminhos e minimizar erros.

Acredito que as novas metodologias e técnicas utilizadas agregam muito”, diz o publicitário Richard Vinic, coordenador dos cursos de pós-graduação de Administração de Marketing, Gestão em Marketing de Serviços e Gestão em Vendas e Negociação da FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado).

Segundo o professor, é importante não descartar modelos de pesquisa, cujo segredo é a interpretação dos dados coletados. “Não serei taxativo a ponto de afirmar (desqualificando) a importância das pesquisas convencionais”, diz. “Me identifico muito com os conceitos de neuromarketing. Entendo que seja uma realidade e não apenas uma moda. Cada vez mais teremos que ser multidisciplinares para fazer corretas leituras sobre o comportamento do consumidor: psicologia, antropologia e neurociência. Todas estas áreas do conhecimento darão uma importante contribuição”, complementa.

Estudos publicados pelo autor Martin Lindstrom, em ‘A Lógica do Consumo’, indicam que mais de 80% das compras são emocionais. Perguntar ao cliente o que ele quer retrata o momento e nem sempre a resposta efetivamente resulta em comportamento. “Acredito que, em breve, teremos mais empresas utilizando estas técnicas, inclusive com a alocação de laboratórios de neuromarketing. Algumas instituições de ensino e de pesquisa também tendem a adotar estas práticas”, afirma Richard.


Duas mentes

O consumidor lida o tempo todo com suas mentes para fazer escolhas, para tomar decisões ou construir significados: uma que pensa (lógica) e outra que sente (emocional). “E entre a decisão racional e a emocional, a segunda toma sempre a dianteira, pois somos movidos por emoção. As emoções alimentam a mente racional, que assume o papel de refletir e ajustar a frequência das emoções. Em síntese as duas operam de maneira integrada”, explica a especialista em Criatividade e Comportamento nas empresas, Fátima Jinnyat, professora dos programas de Pós-Graduação e MBA da FIA, FAAP e Unifesp.

Para exemplificar, Fátima recorda a história real de Phineas Gage, ferroviário australiano que viveu no século 19, apresentada no livro ‘O Erro de Descartes’, do neurocientista Antonio Damásio. Em 1848, tentando colocar explosivos com uma barra de ferro, processo que usava rotineiramente, algo deu errado e uma explosão fez com que a barra de ferro atravessasse a cabeça dele, ocasionando a perda de um dos olhos.

Surpreendentemente, Phineas sobreviveu e, a não ser pela deficiência visual, estava aparentemente normal e lúcido. Mas a personalidade do australiano foi mudando e se era conhecido como um homem trabalhador, educado e responsável, passou a destratar as pessoas e não avaliar as consequências de seus atos. Foi afastado do trabalho e morreu pobre uma década depois.

“Seu caso foi estudado pelos médicos, que notaram que uma área do seu cérebro ligada ao processamento das emoções havia sido comprometida. Este estudo foi considerado um marco para o entendimento da influência das emoções sobre a tomada de decisão, pois na falta delas a racionalidade fica à deriva. Associando este conhecimento à experiência do consumo, escolhemos marcas ou produtos que, de alguma maneira, acionam nossas melhores memórias emocionais”, explica.

O avanço dos últimos anos no estudo da neurociência permitiu comprovar, entre outras questões, que a maior parte das atitudes do consumidor tem origem na mente inconsciente. Nela, que possui capacidade ilimitada de armazenamento, também está a memória de longo prazo.

Mas é fato que os consumidores justificam suas escolhas de modo racional. “Comprei esta marca de leite porque estava na promoção, este sabão em pó que lava melhor que os outros, reservei a pousada com diária mais em conta, mas, na verdade, nem eles têm acesso aos reais motivos que os direcionam para esta ou aquela escolha. A verdadeira motivação está guardada na mente inconsciente e somente se revela quando estimulada”, explica Fátima.

O advento da tecnologia ajudou a entender este processo, pois hoje é possível mapear o cérebro no momento exato em que um produto é escolhido, identificando a área cerebral onde ocorreu o estímulo. A leitura destas informações permite compreender a motivação real, muitas vezes irracional. De acordo com a especialista, há alguns tipos de aparelhos que rastreiam o cérebro, como os de Imagem por Ressonância Magnética, permitindo, por exempo, dizer onde acontece atividade cerebral quando assistimos a um filme publicitário, degustamos um produto, fazemos um test drive, degustamos um vinho, entre outras situações.

“Vários exemplos de empresas que se valem do neuromarketing são citados no livro ‘A Lógica do Consumo’. Um deles é a DaimlerChrysler, que usou a ressonância magnética na mente de alguns consumidores mostrando modelos de Mini Coopers. Os especialistas perceberam que as pessoas, ao observarem a imagem do automóvel, tinham ativada uma pequena região na área posterior do cérebro que reage a feições faciais.

A leitura feita a partir desta constatação revelou que, mais do que os atributos técnicos do modelo, o que cativou aquele público foi a associação com um rosto adorável de uma criança. Na descrição destes consumidores, o Mini Cooper era relacionado a ‘um Bambi sobre quatro rodas ou um Pikachu com cano de descarga’. E parece que tinham razão.

Faça um teste, procure uma imagem do Mini Cooper, de preferência vermelho e busque o carro do Pato Donald. Em seguida, reflita sobre as boas lembranças possíveis de serem associadas ao modelo”, recomenda Fátima.

A neurociência, segundo ela, será de grande valia, não para acelerar ou intensificar o consumo, mas para que as empresas criem produtos mais adequados, entendendo o que acontece na mente do consumidor. “É importante registrar a existência de uma preocupação ética sobre a utilização das descobertas da neurociência, considerando que já existem até armas de destruição em massa originadas por esta ciência.”

O consumidor é o homem contemporâneo, influenciado pelos desafios desta época de mutação, convivendo com os avanços e os retrocessos, muitas vezes sem estar consciente deles. As pessoas, de acordo com a professora, criam seus significados para os valores das marcas, pois misturam as mensagens com suas próprias emoções. “Mais importante para os consumidores são os benefícios emocionais: valores, caráter, personalidade. Eles esperam que a marca ou produto contribua para a evolução de sua identidade.”


Ficção x realidade

Para o publicitário e jornalista João José Werzbitzki, consultor de comunicação de marketing, master of arts/communications e responsável pelo Blog do JJ, de Curitiba, é necessário fazer uma outra análise.

“Penso que o neuromarketing ainda é muito mais ficção científica do que realidade. Me parece impossível enquadrar todas as pessoas de acordo com os pensamentos de cada uma, mesmo que se analisem as reações cerebrais a cada tipo de comando.

Quem estuda o comportamento do consumidor e a opinião pública sabe que não existem duas pessoas no mundo que pensem igual, que tenham a mesma opinião ou percepção sobre todos os assuntos. E que não existe opinião imutável. Assim como sabe que as opiniões são formadas tanto pelo que uma pessoa sabe, como pelo que ela não sabe”, afirma JJ.

“Na medida em que novas informações e experiências são acrescentadas ao cérebro ele as processa e muda ou não de opinião. Este é o nosso trabalho, com a publicidade, por exemplo: conservar pensamentos, opiniões e percepções favoráveis, neutralizar as desfavoráveis e conquistar as latentes ou não formadas. Assim, como nenhuma comunicação serve para todo mundo, me parece óbvio que nenhum perfil de comportamento neurológico serve. Mas tem rendido este assunto”, completa JJ.


Fonte: Portal HSM
06/07/2011

terça-feira, 5 de julho de 2011

Cérebro global e a infomediação

Como podemos gerar a inovação dentro das empresas? Veja alguns conceitos de Mohanbir Sawhney, palestrante do Fórum HSM Inovação e Crescimento

Suponha que seu cliente tenha todas as informações sobre custos, proposta de valor e tudo o mais sobre sua empresa. Ela seria mais ou menos lucrativa? Essa é a pergunta que Mohanbir (Mohan) Sawhney costuma fazer aos executivos. Como é de se esperar, ninguém afirma que seria mais lucrativo.

“A transparência é um inferno!”, ele mesmo admite, com base no fato de que lucramos com a ignorância alheia, e temos tido alguma dificuldade de nos movimentar nessa era da informação democratizada. Por esse motivo, não conseguimos aproveitar ao máximo o “cérebro global”, isto é, o potencial criativo que reside fora da empresa, para lucrar não mais com a ignorância, e sim com o conhecimento alheio.

Sawhney, autor, junto com Satish Nambisan, de The Global Brain (ed. Wharton School), é um dos especialistas que ministrarão palestra durante o Fórum HSM Inovação e Crescimento, que será realizado nos dias 28 e 29 de junho.

Ele postula que os clientes são a razão de existir da empresa e que, por isso, são os colaboradores mais valiosos dos esforços de inovação. Mas reconhece, no livro Collaborating with customers to innovate (ed. Edward Elgar), escrito com seus colegas Emanuela Prandelli e Gianmario Verona, que a inovação é difícil de conceituar e de implementar como processo metódico, repetível e administrável. Afinal, ela não ocorre por acaso.

Além disso, a atividade inovadora pressupõe riscos. Uma abordagem destinada a reduzir o risco é a racionalista, que divide o processo em etapas consecutivas, de maneira a permitir a identificação de erros o mais cedo possível e ao menor custo. As principais etapas do processo são criação de ideias, seleção de ideias, desenvolvimento de protótipos, desenvolvimento do produto e lançamento do produto.

Após cada etapa, uma decisão deve ser tomada e, então, o processo prossegue ou não. Contudo, essa é uma abordagem rígida, que não permite muita adaptação ou flexibilidade ao longo do caminho –o que não combina com o ambiente de complexidade e mudança das últimas décadas. Por esse motivo, ganhou terreno a abordagem cognitiva, que entende a inovação como um processo que se baseia fortemente em criação e uso de conhecimento.
Na visão cognitiva, a organização aprende enquanto inova, a partir dos sinais que recebe do ambiente e, então, interpreta para balizar escolhas estratégicas. “Na abordagem cognitiva, o planejamento tradicional dá lugar ao aprender fazendo, permitindo às empresas se adaptarem melhor a contextos complexos e dinâmicos”, dizem os autores. Diferentemente da outra abordagem, há um rico intercâmbio de indivíduos envolvidos na inovação do produto: clientes, fornecedores, pesquisadores, universidades e assim por diante. Todos devem trabalhar em paralelo.

O conhecimento produzido é armazenado em rotinas específicas que serão integradas ao conhecimento que a empresa já possui. Devido à execução paralela de estágios típicos do processo de inovação e às diferentes competências, essa estrutura reduz o tempo de desenvolvimento de um produto, estimula a criatividade das pessoas e aumenta o campo de escolhas para a empresa.


Competências dispersas, inovação distribuída

Em anos recentes, percebendo que os resultados esperados em produtividade de inovação não estavam sendo atingidos, as empresas tiveram de ampliar as fronteiras da geração de ideias e produtos. Começaram, então, a adotar a inovação aberta, em grande parte facilitada pelas tecnologias de comunicação. A área de P&D permanece necessária: ela desenvolverá a ideia para que seja comercializada.

Se competências e atividades estão distribuídas, fala-se, agora, na inovação distribuída, que abrange atividades dispersas no espaço, realizadas por atores heterogêneos e conectadas de diferentes maneiras e sem sincronia. A inovação distribuída prevê a aproximação do entorno da organização de seu núcleo e, por isso, requer instâncias interorganizacionais para coordenar atividades paralelas e fragmentadas. Se o conhecimento é agora modular, as tarefas podem ser divididas em pequenas partes que sejam desenvolvidas por pessoas ou organizações especializadas e, depois, combinadas num todo.


A figura do infomediário

As redes digitais permitem que muitas pessoas compartilhem ideias sistematicamente e criem um sistema distribuído de aprendizado. Se, antes, o departamento de marketing era a ponte entre os clientes e a empresa, hoje, a tecnologia da informação permite que qualquer área da empresa, com P&D, logística e operações, se conecte aos consumidores. Afinal, a informação pode ser trocada entre os participantes de um mercado a baixíssimo custo.

Uma consequência desse fenômeno é que intermediários surgiram para facilitar a troca e funcionam como interface entre empresas e clientes. Os chamados “infomediários” facilitam aos clientes o acesso às informações sobre a empresa e permitem que as organizações alcancem os clientes. É o que lemos no artigo “Innovation and virtual environments: towards virtual knowledge brokers”, assinado pelos mesmos autores de Collaborating with customers to innovate.

Alguns desses infomediários evoluíram para o papel de corretores virtuais de conhecimento, que facilitam o acesso das empresas ao conhecimento do cliente que alimentará o processo de inovação. Esses corretores simplesmente se deram conta de que o subproduto da conexão entre pessoas e empresas, ou seja, o conhecimento tem valor no mercado.

Como infomediário, por exemplo, o site Edmunds.com auxilia compradores de automóveis a fazer a melhor compra. Entretanto, após perceber que uma de suas comunidades poderia ser valiosa para seus parceiros da indústria de peças automotivas, o site passou a fazer a corretagem virtual. Agora, permite que representantes do setor de peças conduzam discussões na comunidade e respondam perguntas dos consumidores.
Referências:

NAMBISAN S. e SAWHNEY M. The global brain: your roadmap for innovating faster and smarter in a networked world. New Jersey: Wharton School Publishing, 2008

PRANDELLI, E., SAWHNEY M. e VERONA G. Collaborating with customers to innovate. Northampton: Edward Elgar, 2008

PRANDELLI, E., SAWHNEY M. e VERONA G. “Innovation and virtual environments: towards virtual knowledge brokers”. Organization Studies. Disponível online em . Acesso em 18 abr. 2011

Por Alexandra D. de Sousa, administradora de empresas e diretora da Palavra-Mestra.

Fonte: Portal HSM
05/07/2011

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Fábio Gandour, cientista-chefe da IBM do Brasil, questiona alguns conceitos sobre inovação e explica sobre algumas metodologias para monetizar ideias inovadoras

“Nosso País se beneficia pouco das inovações que faz e eu vim aqui exatamente para apresentar a vala que há entre inovação e ciência voltada para o negócio dentro das organizações”. Foi assim que Fábio Gandour, membro da Academia de Ciências de Nova York e líder do recém-anunciado laboratório de pesquisa da IBM Research Division no Brasil, se apresentou no último dia de palestras do Fórum HSM de Inovação e Crescimento, realizado nos dias 28 e 29 de junho.

Para explicar sua afirmação, o cientista fala que o empresário brasileiro é por si só inovador, mas peca na hora de mensurar e registrar projetos, explicando, por exemplo, que o País possui índices baixíssimos de registro de marcas e patentes criadas. E alerta que tal deficiência pode ser explicada também pela falta de medição do processo de criação como um todo.

“Falta às empresas brasileiras enxergar a ciência como negócio, dirigindo suas práticas operacionais única e exclusivamente para o retorno do que se está investindo”, diz Gandour.

Ele cita ainda como referência o DNA da Inovação, modelo criado pela cientista Ruth Ann Hattori, que define o modo como novas ideias devem ser trabalhadas para criar valor. Assim, Ruth propõe que a base da interação da empresa-mundo busque foco em seus players de mercado, adotando uma atuação estratégica que cria uma liderança capaz de proporcionar aos funcionários valores básicos, sinergia e diversão ao inovar.


Caminhos a seguir
 
Toda ideia inovadora deve possuir profundidade e clareza, abrangência e relevância, concisão e completude para sair do papel. Essas diretrizes norteiam o início das ações, mas são insuficientes para mudar o rumo de uma empresa. “A inovação sempre sustenta algum caráter novo e o maior desafio é aprender a medir os resultados para poder comparar os resultados sobre qual valor a ação proporcionou para seu cliente”.

Para ele, o maior problema no mercado brasileiro ainda são os processos fundamentados no achismo, que pode ser utilizado como o início de um estudo, mas que depois é fundamental usar a tecnologia e todos os recursos disponíveis para tornar a ação um processo evolutivo.

Por isso que a inovação pode ser simples, ou seja, a partir da incrementação de um produto ou de vários produtos que trazem em si novos atributos. Depois, a empresa pode tratar a inovação como uma estratégia competitiva, diferenciando o seu produto dos demais concorrentes. Por fim, é necessário mensurar o valor percebido pelo cliente.

Ao se pensar na implementação de projetos inovadores, deve-se ter em mente que o que é um sonho torna-se realidade nos dias de hoje e a tecnologia permite um avanço inovador da sociedade, a estética muda, mas a funcionalidade é a mesma.

Mas e o valor humano? O capital intelectual é o que importa e por isso o DNA da inovação representado pela professora Ruth Ann Hattori coloca as pessoas no núcleo da ação. É a partir das pessoas que surgem as lições aprendidas e definem-se métricas que monitoram resultados. São elas quem executam e implementam processos e realizam a comunicação entre os times de projeto para se manter o foco no valor esperado pelo cliente.


DNA da Inovação




“Por isso que atento todos aqui para criarem grupos com foco, disciplina, dedicação e resiliência, oferecendo a eles espaço para a inovação, de modo que eles possam humanizar conceitos, controlando e mensurando a qualidade dos processos”, conclui Gandour.







Fonte: Portal HSM
04/07/2011