quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Manifesto Incompleto pela Criatividade

Pessoal,

A criatividade é a matéria-prima da inovação. Nesse sentido, criar um ambiente propício para o surgimento da criatividade é vital para qualquer empresa. Em 1998, o designer canadense Bruce Mau fez uma seleção de práticas e ações para motivar e liberar a criatividade. Embora tenha sido criado pensando nos designers, conceitualmente, esse manifesto aplica-se a qualquer profissão.

Ele acredita que o design é uma nova maneira de aumentar a qualidade do ensino das crianças e, assim, gerar profissionais inovadores no futuro. E entende que o poder do design não tem limites, e tem a capacidade de trazer mudanças positivas em uma escala global.

Para Mau, é em tempos de abundância que devemos perseguir a grande questão da vida. “Agora que podemos fazer qualquer coisa, o que faremos?”, ele questiona. Isso explica porque o Manifesto Incompleto ganhou esse nome – justamente por ter um desenvolvimento contínuo.

Abaixo, a seleção de algumas afirmativas contidas no manifesto que considerei as mais importantes:

Permita-se mudar com os acontecimentos. Você tem que estar disposto a crescer. Crescimento é diferente de algo que acontece com você. Você pode produzi-lo. Você vive isso. Para um crescimento significativo, é preciso estar aberto para experimentar eventos e ter vontade de ser mudado por eles.

Esqueça o bom. Bom é uma quantidade conhecida. Bom é o que todos nós concordamos.

O crescimento não é necessariamente o bom. Crescimento é uma exploração constante. Se você já se contentar com o bom, você nunca vai ter um crescimento real.

Não deixe de lado os erros acidentais. A resposta errada é a resposta certa em busca de uma questão diferente. Colecione respostas erradas como parte do processo. Faça perguntas diferentes.

Colabore. O espaço entre pessoas trabalhando juntas é cheio de conflitos, atritos, alegria, prazer e vasto potencial criativo.

Fique acordado até tarde. Coisas estranhas acontecem quando você vai longe demais, trabalhou muito duro e, depois, se vê separado do resto do mundo.

Pense com a sua mente. Esqueça a tecnologia. Criatividade não é dependente desse recurso.

Processo é mais importante que resultado. Quando o resultado guia o processo, nós somente iremos para onde já estivemos. Se o processo guia o resultado, nós podemos não saber para onde estamos indo, mas saberemos que queremos estar lá.

Ame seus experimentos. Prazer é a engrenagem do crescimento. Explore a liberdade de moldar seu trabalho como lindos experimentos, iterações, tentativas, provas e erros. Olhe para a longa vista e permita a si mesmo a diversão da falha todos os dias.

Fique a deriva. Permita a si mesmo vagar sem rumo. Explore as adjacências. Não faça julgamentos. Adie críticas.

Continue se movendo. O mercado e suas operações têm a tendência de reforçar o sucesso. Resista. Permita que a falha e a migração sejam partes de sua prática.

Não entre em premiações. Simplesmente não faça isso. Não é bom para você. Não é mais possível admitir que, em pleno século XXI, uma empresa que almeja o sucesso não tenha como lema a inovação. Mas é preciso combinar esse princípio com o do processo criativo e, só assim, as organizações continuarão a existir nas próximas décadas e, junto com outras ações estruturantes, manter-se-ão competitivas. Lembrando que inovar é o passo final de um longo caminho. Nas empresas trata-se de um processo longo, difícil e doloroso de mudança da cultura organizacional e que exige disciplina e determinação por parte de todos os níveis.

Um abraço.

“I Believe in Change”


Marcelo de Souza Bastos é consultor da Gerência de Inovação em Tecnologia e agente de Inteligência Competitiva no Banco do Brasil, além de gerente de projetos certificado pelo PMI. Também atua como palestrante em assuntos relacionados à inovação e tendências tecnológicas.


Fonte: Blog HSM
24/10/2012

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