sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Eu não recebi um retorno do processo de seleção

Angustiado e sem emprego, esperamos ávidos por informação, um pequeno sinal de fumaça. Passaram-se meses desde a entrega do currículo, a entrevista na empresa de seleção, a dinâmica na organização que oferece a vaga, a entrevista com RH e depois com um futuro possível chefe.
 
E então nada…
 
Horas ao lado do telefone, ou abrindo a caixa de e-mail… Os dias se passam, e nada. Você tem até vergonha de ligar de novo (porque, claro, você já ligou uma vez) e parecer que está desesperado.
 
Se serve de consolo, posso te dizer que você não está só.
 
Um dos pecados capitais da seleção de pessoal conduzida por empresas especializadas ou pela equipe interna de RH é não oferecer uma resposta digna a todos aqueles que participaram do processo.
 
Na empolgação de ter escolhido o novo profissional ao final de uma fase muitas vezes longa e desgastante, e prontos para iniciar toda a burocracia de contratação, os responsáveis acabam relegando para um segundo plano a tarefa de dar a notícia ruim para alguém que não passou no processo.
 
Uma rápida análise do processo e a indicação dos motivos que justificaram o descarte do candidato no processo seriam muito úteis e justas, uma maneira do candidato se reavaliar para oportunidades futuras.
 
Mas a gaveta é o destino da pasta com os nomes, endereços e dados de contato dos participantes que não passaram no funil da seleção de pessoal.
 
Enquanto isso, os coitados entendem que o silêncio é uma resposta e juntam forças para buscar novas oportunidades, empacotando todas as esperanças depositadas naquela chance. Muitos sentiram o gosto da empresa, participaram de atividades dentro das organizações e até se viram sentados nas cadeiras.
 
Resta juntar os cacos.
 
Por isso, peço especial atenção dos selecionadores com toda essa gente. Trata-se de uma questão de respeito com o ser humano. Mas, se é preciso ainda dizer isso, é um importante elemento para a construção da credibilidade de uma empresa junto a um potencial consumidor.
 
 
Por: Carlos Faccina (Carlos Faccina trabalhou 25 anos na Nestlé no Brasil e na Suiça, onde ocupou a Direção de RH, Assuntos Estratégicos e Públicos. É autor do livro "O Novo Profissional Competitivo: Mais Razão, Emoção e Sentimento na Gestão", da editora Campus. Mestre e Doutor em Ciências, professor universitário, conferencista e consultor reconhecido. É Professor da FAAP e BSP).
 
 
Fonte: Época NEGÓCIOS
02/11/2012

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