Um dos principais fatores de os jovens saírem da universidade com medo está na arrogância com que percorreram essa jornada
Há muito tempo eu li uma dessas mensagens de internet que dizia “O pior cego é aquele que não sabe ouvir.” Nossa, sabe quando você para e fica pensando sobre um assunto por um bom tempo? Aconteceu comigo, pois fiquei matutando o que isso queria dizer.
Por acaso, tenho alguns amigos que tiveram sérios problemas nos olhos e acabaram perdendo a visão, então, quando resolvi perguntar para eles sobre isso, o que achavam que queria dizer, a resposta girava em torno de “já que não podemos enxergar, o tato e a audição são nossos sentidos mais importantes para nos comunicarmos com o mundo. A audição ainda mais, precisamos ouvir muito”.
Por acaso, tenho alguns amigos que tiveram sérios problemas nos olhos e acabaram perdendo a visão, então, quando resolvi perguntar para eles sobre isso, o que achavam que queria dizer, a resposta girava em torno de “já que não podemos enxergar, o tato e a audição são nossos sentidos mais importantes para nos comunicarmos com o mundo. A audição ainda mais, precisamos ouvir muito”.
Depois de quebrar a cabeça um bocado, pensei “e se essa fosse a forma que muitas vezes os jovens estão entrando no mercado?”.
Existe aquela euforia de quando se entra na faculdade, o mundo novo, a libertação, o poder de ser visto como um adulto e todo o potencial existente que será desenvolvido em alguns longos anos... Mas, que com o andar da carruagem parecem ser bem mais curtos e os resultados esperados acabam por serem muito diferentes.
No final da jornada o medo domina, pois, normalmente os jovens sentem que as oportunidades não são tantas, ou pelo menos eles não aprenderam a encontrar essas tantas que realmente existem. A concorrência é cruel, ou pelo menos eles não conseguiram desenvolver o seu diferencial a ponto de não se preocuparem. No entanto, a grande verdade é que no apagar das luzes, a maioria não está pronta, deixando a dúvida: "O que aconteceu?".
Ocorreu exatamente o que falamos no início do artigo, eles entraram de olhos fechados e ouvidos tapados – ou seja, com prepotência. De todos os eventos, pesquisas e conversas que tive com empresários durante a vida inteira, disparada a maior reclamação da nova geração que entra no mercado é que “eles acham que sabem tudo, são arrogantes, parece que não querem aprender”. Sim, eu sei, existem exceções, mas estamos falando da maioria e infelizmente essa grande parte se encaixa no ditado.
Essa euforia de tantas possibilidades, da super valorização de jovens talentos que conseguiram o mundo (normalmente por suar além do imaginável), deixa, às vezes, as pessoas com um falso senso de super expertise. O que quer dizer que eles acham que sabem mais do que realmente sabem. E o problema disso é que, quem sabe tudo, não tem mais o que aprender. Mas, os jovens, os quais são mais novos e têm menos experiências, não deveriam ser os que mais buscam aprendizados?
Viu, temos uma incoerência.
Em um mercado tão dinâmico, com novos conhecimentos surgindo a uma velocidade inimaginável, saber aprender e aproveitar aquilo que os outros querem e precisam nos ensinar é vital, sem falar que é mais inteligente. Afinal, quem não aprende, não evolui, e quem não evolui não tem chance alguma.
Acredito que ao final da jornada acadêmica esse medo tão grande seria bem menor, mas não inexistente, se a maioria tivesse mais pés no chão. Com menos intuito de chegar nas empresas já querendo ser gerente ou de saber quando vai fazer o seu primeiro milhão e mais vontade de aprender, evoluir, ser melhor do que ontem, em vez de apenas pensar "como vou ganhar mais poder e dinheiro que ontem". Não só os jovens perdem com isso, mas o mercado como um todo, pois, precisamos de gente fera chegando para acontecer. A questão é que estão chegando em menos quantidade do que precisamos. Viu, a consequência da incoerência.
Portanto, se você é jovem lembre-se de que quando você pensar – “Isso eu já sei”. Pode estar perdendo uma chance maravilhosa de aprender algo novo e evoluir. E se você já é um pouco mais experiente, não tenha medo de puxar algumas orelhas.
No fim das contas, o que posso dizer é que “a mente de uma pessoa que não precisa mais aprender é limitada como uma viseira muito estreita. Já a mente aprendiz é infinita em possibilidades e conhecimentos”. #façasuaescolha
Por: Bruno Perin*
Fonte: Portal Administradores
(*) Empreendedor, consultor, palestrante e escritor. Graduado em administração de empresas pela UFSM, especialista em Marketing Experience, pesquisador em Neuromarketing e Startups. Integrante do grupo dos 200 maiores talentos brasileiros pelo Virtvs Group, é referência marcante da nova geração no marketing, sendo responsável por várias campanhas impactantes nas redes sociais em 2011/12. Com experiências em palestras nacionais e internacionais, é considerado fomentador do empreendedorismo e da disseminação do conceito de startup no país. Conectado com os mentores desse tipo de programa no mundo, estuda o implemento e o funcionamento das startups, sendo apontado como evangelista da Geração Y/Z. Hoje é o grande nome do Neuroempreendedorismo no Brasil e um dos maiores incentivadores atualmente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário