terça-feira, 31 de outubro de 2017

Inteligência Emocional e Administração do Pensamento: alguns pontos que fazem a diferença entre o sucesso e o fracasso
Inteligência emocional é uma competência e, como tal, pode ser, ou até melhor, precisa ser desenvolvida. Ela tem um papel extremamente importante para a realização de qualquer pessoa
J.Augusto Wanderley24 de outubro de 2017
Existe muita confusão sobre o que seja inteligência emocional. Para começar, inteligência emocional não é um fim em si mesmo, mas um meio, e tem a ver com a capacidade de administrar as próprias emoções de forma que possam contribuir positivamente para se alcançar a realização dos próprios sonhos em todas as áreas da vida, como profissional, afetiva, familiar e social. Pecados capitais, em termos de inteligência emocional, podem provocar o que aconteceu com Zinedine Zidane na Copa do Mundo de Futebol de 2006, ou com Jack Welch na compra da empresa Kidder Peabody, negociação que redundou num prejuízo de 1,2 bilhões de dólares para a GE. E Welch quando refletiu para identificar as razões do seu erro, constatou que em função dos seus êxitos anteriores, havia se tornado orgulhoso e que a linha que separa a autoconfiança do orgulho é muito tênue. O que significa que mesmo pessoas extremamente competentes quando cometem pecados capitais em termos de inteligência emocional podem cometer erros de grande monta. E entre os pecados capitais da inteligência emocional estão a agressão e aquilo que chamo de VOA: vaidade, orgulho e arrogância.
O que deve ser entendido é que a inteligência emocional não deve ser considerada como tendo valor em si. Ela é um fator extremamente relevante, mas dentro de uma abordagem holística e sistêmica. Caso se considere a importância da inteligência emocional em si, corre-se o risco de distorcer todos os outros fatores que contribuem para o sucesso, não só de uma pessoa, mas também de uma organização. Assim, vale uma música do compositor Billy Blanco: O que dá para rir também dá para chorar


Quatro pontos que precisam ser destacados
1. Inteligência emocional é uma competência e como tal pode ser, ou até melhor, precisa ser desenvolvida. Ela tem um papel extremamente importante para a realização de qualquer pessoa;

2. A melhor forma de se entender inteligência emocional não é digital, ou seja, se a pessoa tem ou não tem, mas analógica, isto é, numa escala de zero a dez, qual o nível de inteligência emocional da pessoa. E aí é fundamental saber avaliar;

3. Tudo na vida importa em decisão e ação. Assim, o que somos hoje é fruto das decisões e ações do passado e o que seremos amanhã será consequência das decisões e ações do presente. E sem inteligência emocional, o processo de decisão e ação fica extremamente comprometido;

4. A inteligência emocional é uma consequência da administração do pensamento
Inteligência emocional e administração do pensamento
Mas para quem quiser ter uma compreensão maior é importante entender o conceito de cérebro trino do neurocientista Paul MacLean. E, em decorrência, que existe uma relação pensamento, emoção, ação, resultados. Assim, é sempre preciso enfatizar que antes de uma emoção tem uma conclusão e um significado, ou seja, um pensamento. Portanto, a emoção é consequência das conclusões e interpretações que uma pessoa faz. E neste sentido é importante registrar que o cérebro não sabe a diferença entre uma experiência real e uma experiência vividamente imaginada. Assim, se uma pessoa imaginar que um gafanhoto é um perigo, ela vai sentir um tremendo medo sempre que vir um gafanhoto. Mas a isto também se pode acrescentar as âncora ou gatilhos. Gatilho é uma relação estímulo-resposta que dispara uma emoção, como nos casos das fobias, e pode-se ter fobia de tudo na vida, de elevador, gafanhoto ou viajar de avião.
O que deve ser enfatizado é que todas as pessoas têm objetivos e para se alcançar os objetivos é importante se perguntar quais são todas as condições necessárias e suficientes para se ter sucesso. E não resta a menor dúvida de que saber administrar as próprias emoções é fundamental.
Qual a importância da inteligência emocional no ambiente de trabalho?
Para que se possa entender a importância da inteligência emocional no trabalho é preciso que se entenda de organização e de comportamento organizacional. Caso contrário, pode-se ter um enfoque completamente simplista e, pior do que tudo, distorcido. Assim, toda empresa é um sistema sociotécnico que visa a sobrevivência, expansão e sinergia. E entre os parâmetros relevantes está o clima e a cultura organizacional. A inteligência emocional tem a ver com o clima e a cultura organizacional. E a cultura pode ser defensiva, neutra ou de apoio. A inteligência emocional é um dos fatores relevantes para que se tenha uma cultura organizacional de apoio e, consequentemente, contribui para a solução dos conflitos e para a efetividade das negociações internas de uma empresa. E o que deve ser considerado é que numa empresa se passa boa parte do tempo negociando, e há até quem diga que se passa mais de sessenta por cento do tempo em negociações. E a inteligência emocional é um dos fatores importantes para que se tenha sucesso numa negociação, devendo-se sempre considerar que não é o único fator relevante.
Que comportamentos indicam que o profissional tem inteligência emocional?
O que deve ser enfatizado que não é ter ou não ter, mas de zero a dez, qual o nível de inteligência emocional de uma pessoa. E entre os pontos que devem ser considerados para avaliar o nível de inteligência emocional de uma pessoa estão:
1. Saber trabalhar em condições de adversidade e com a Lei de Murphy. É muito fácil ser bom marinheiro em mar de almirante;

2. Saber ouvir e dialogar. Nas empresas existem muitos monólogos. Ninguém ouve ninguém. Assim, uma reunião que poderia ser feita em trinta minutos leva duas horas e no final ninguém sabe o que foi resolvido;

3. Saber resolver conflitos e alcançar objetivos através de negociação, sejam negociações internas ou externas. Um dos maiores indicadores do nível de inteligência emocional é se a pessoa sabe ou não sabe negociar;

4. Ter foco. Existem vários tipos de foco distorcidos, como o foco caótico, equivocado, contaminado e bode cego;
Saber dar significados relevantes para as coisas. Um dos fatores determinantes de uma emoção é o significado que se dá para as coisas;

5. Saber persuadir, respeitando a outra pessoa;

6. Saber conviver e admitir os próprios erros. Não negar, não se torturar, ou culpar os outros.
Quais comportamentos que um profissional deve evitar, pois indicam falta de inteligência emocional?
O profissional deve estar focado em resultados e na relação: objetivo, ação, feedback, e isto é, cibernética. Sempre lembrado que o cérebro é um mecanismo cibernético, ou seja, buscador de objetivos. E quem fica só preocupado com inteligência emocional, que é um fator bastante importante, sem a menor sombra de dúvidas, pode acabar perdendo o foco. A inteligência emocional é situacional e assim, aquilo que pode indicar pouca inteligência emocional num contexto por ser muita inteligência emocional em outro. Todas as emoções são válidas dentro da intensidade adequada e no contexto apropriado, sejam afeto, raiva, medo, alegria e tristeza. Mas o mais importante é saber o que realmente quer. São os seus sonhos, a sua visão do futuro, que vão determinar o sentido e o significado da sua vida.
E para quem quiser saber mais sobre inteligência emocional aplicada e administração do pensamento, inclusive a importância das crenças e das mentes consciente e inconsciente, é que escrevi dois e-books: O Poder da Ação Inteligente e 
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Sobre o autor

J.Augusto Wanderley
Treinamentos inteligentes em: (1) Negociação Avançada; (2) Autogestão Pessoal voltada para a excelência; (3) Liderança. Autor do livro Negociação Total 23ª edição, (recomendado no site da Revista Exame entre os livros para quem quiser negociar melhor).
Mais de 20 anos de experiência e condução de mais de 1000 Seminários para mais de 20.000 participantes em empresas e instituições como: Vale, Ibmec, Ambev, FGV, Petrobras, Embratel, Aracruz, Usiminas, BNDES, Finep, Bayer, AmBev, Belgo Mineira, Mercedes-Benz, Rhodia, Sabesp, Fiat, Nestlé, Furnas, Shell, SEBRAE, Chesf, Correios, Peugeot, INAp, TV Globo e Globosat.
Palestrante nos I, II, III e VIII Congressos Latino-Americano de Programação Neurolinguística, III Simpósio Internacional de Coaching, 1º Congresso Nacional de Terceirização e Gestão de Serviços, 13º Congresso Nacional de Remuneração e 35º Congresso Nacional de Recursos Humanos - CONARH.
Treinamentos inteligentes para o desenvolvimento de competências essenciais:
1. Negociação Total - Um Programa Avançado
2. Autogestão Pessoal e Excelência de Desempenho: Uma Nova Maneira de Ver, Decidir e Agir
3. Liderança, Coaching e Desenvolvimento de Equipe com Foco em Resultados
4. Formação de Gestores
5. Consultoria para preparação de negociações: procedimentos e práticas de alta efetividade

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