No dia 26/03, o docente Bruno Eduardo Freitas Honorato, do Curso de Bacharelado em Administração da Fundação Carmelitana Mário Palmério - FUCAMP, defendeu a dissertação de mestrado, intitulada "Ordem e subversão nas cidades: um estudo sobre a população em situação de rua de Belo Horizonte".
A dissertação foi apresentada ao Centro de Pós-Graduação e Pesquisas em Administração (CEPEAD) da Faculdade de Ciências Econômicas (FACE) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Segundo o docente, o objetivo inicial do trabalho foi caracterizar as práticas sociais das pessoas em situação de rua em relação às políticas de ação social na cidade de Belo Horizonte. No caso da população em situação de rua, as políticas de ação social caracterizam as fontes criadoras das organizações com as quais ela se relaciona e as práticas sociais, os modos de agir, diante dessas organizações.
Considerando que as pessoas em situação de rua empreendem relações diversas com essas organizações, o intuito principal desse estudo foi observar a relação de construção de uma ordem social, dentro e fora dessas organizações, e de como as pessoas em situação de rua lidam com essa ordem, dando vistas, especialmente, as práticas subversivas que são entendidas como movimentos de oposição direta e indireta a essa ordem.
O que se defendeu, desde o início, como argumento central do trabalho foi a ideia de que, não pelo fato de as pessoas em situação de rua receberem abrigo e alimento de outrem, elas necessariamente se submeterão a um sistema que, de alguma forma, lhes aprisionam em uma ordem que elas não reconhecem como legítima. Por isso, o tema da subversão foi de especial relevância no estudo das relações empreendidas entre população em situação de rua e organizações, afirma o docente.
Por fim, o docente informou que a cidade, como palco dos conflitos e locus investigativo dessa pesquisa, também é de fundamental relevância enquanto fonte de informação para a construção de conhecimento sobre essa relação. Entender a cidade é também entender as regras que a configuram, os espaços e os limites de cada um dos seus atores, as possibilidades de uso e as extensões da sua disposição física.
As evidências encontradas no trabalho fortalecem o argumento de que não é possível um controle organizacional completo sobre as práticas dessas pessoas, ainda que elas sejam submetidas a várias formas de dependência das diversas organizações em que encontram auxílio assistencial.
A banca avaliadora da dissertação foi composta pelos seguintes membros: Dr. Luiz Alex Silva Saraiva - orientador (CEPEAD/UFMG); Dra. Deise Luiza da Silva Ferraz (CEPEAD/UFMG); Dr. Alexandre de Padua Carrieri (CEPEAD/UFMG) e Dra. Carla Bronzo Ladeira (MAP/FJP).
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