quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Franchising de múltiplos resultados

As microfranquias, que têm investimento inicial de até R$ 50 mil, colaboram para a diminuição das desigualdades sociais

Por Claudio Tieghi*


São mesmo surpreendentes as possibilidades existentes no franchising para o desenvolvimento da nossa sociedade. Além do setor sempre ter colaborado com o primeiro emprego, com o treinamento e a capacitação de jovens em todo o país e o desenvolvimento de projetos ambientais de relevantes impactos, agora identificamos outra grande contribuição do sistema para a sociedade brasileira.

Refiro-me às microfranquias, aquelas cuja taxa inicial de abertura do negócio fica abaixo dos R$ 50 mil. Atualmente, no Brasil existem 260 redes de microfranquia, de acordo com a Associação Brasileira de Franchising. Ao multiplicarmos esse número pelos franqueados, podemos afirmar que 12 mil empreendedores já atuam como microfranqueados, ou seja, aqueles empreendedores que ingressaram nessas marcas.

O impacto deles na sociedade pode ser invisível no primeiro momento, mas, com o passar do tempo, o crescimento e a expansão dessa atividade por todo o país podem transformar cidadãos e colaborar para uma sociedade mais sustentável. Os empregos indiretos gerados pelas microfranquias totalizam mais de 36 mil.

Ao ingressar numa rede, o empreendedor que antes era autônomo sai imediatamente da informalidade e passa a contar com cursos e aperfeiçoamento periódicos, o que garante a continuidade de seu negócio inserido na economia formal.

Outro benefício ao ingressar em um grupo de pessoas com objetivos comuns é o sentido de pertencer, que dá confiança e autoestima para o empreendedor, pois ele passa a contar com pares com quem pode compartilhar dúvidas e experiências. O empreendedor não se sente mais sozinho, fragilizado e com poucas bases para a tomada de decisões.

Além disso, por mais capilaridade que tenha uma rede de franquia tradicional, ela jamais conseguirá estar em todos os municípios do país, devido à viabilidade do próprio negócio. Já a microfranquia pode levar principalmente serviços de forma muito rápida a qualquer ponto do território nacional. Muitas vezes, para se iniciar um negócio desse tipo não é necessário nenhuma infraestrutura exclusiva.

Atenta a essa tendência do mercado, a ABF criou recentemente uma
diretoria específica para acompanhar esse novo mercado e dar suporte a ele. Liderada por Artur Hipólito, a diretoria está acompanhando de perto esse movimento e oferece informações necessárias para quem deseja empreender nesse segmento e também criar a cultura dessa atividade no mercado. Segundo ele, independentemente do valor do investimento inicial, ao ingressar numa franquia, seja micro ou não, é necessário muita pesquisa sobre o negócio, antes da tomada de decisão.

A ABF contabiliza o faturamento das microfranquias em 2010 em R$ 34 bilhões, o que significa uma participação de 4,6% do faturamento total do setor.

Engajar as pessoas em torno do trabalho, da produção e do aperfeiçoamento contínuo é a melhor forma de desenvolver cidadãos, gerar riqueza e diminuir as desigualdades sociais do nosso país. É isso que as microfranquias estão fazendo!


*Claudio Tieghi é presidente da Associação Franquia Sustentável (Afras) e diretor de Responsabilidade Social do grupo Multi Holding


Fonte: Revista PEGN
07/12/2011

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