terça-feira, 27 de novembro de 2012

Fundamental é construir uma carreira sustentável

 
Não acredito em receitas prontas para construção de carreira. São ineficazes porque podem solucionar problemas genéricos, mas não específicos. E carreira é, sobremaneira, uma arte individual (autoral, podemos dizer assim).
 
O sucesso depende de uma combinação de fatores temporais, ambientais, profissionais e pessoais impossíveis de serem considerados num único tratado. Por isso, prefiro indicar parâmetros que podem servir de referências aos profissionais em diferentes fases da carreira para que ajustem sua rota de acordo com essas referências.
 
Nesse sentido, gostaria de transpor um conceito de sustentabilidade largamente utilizado hoje no meio empresarial para o mundo do desenvolvimento da carreira. Esse modelo busca encontrar equilíbrio entre as necessidades econômicas, sociais e ambientais de modo a garantir ao processo a realimentação por tempo indeterminado.
 
De forma geral, não adianta optar por um crescimento que não se sustenta ao longo do tempo. Também não é suficiente fazer sucesso agora se essa condição representará uma conta a ser paga no futuro. Lucro já com prejuízo para as gerações futuras.
 
Na carreira e para a gestão de pessoas, o conceito da sustentabilidade também se traduz na aplicação da busca incessante pelo equilíbrio. Qualquer ponto que escape ao ponto de estabilidade pode representar perigo no desenvolvimento da sua estratégia. Destaco aqui alguns pontos em que esse conceito deve ser observado:
 
DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS – tem muitas dificuldades em conseguir o equilíbrio na gestão dos talentos. Com material humano escasso em qualidade, peca na alimentação, na manutenção e no desenvolvimento do sistema. As falhas acabam desprestigiando o papel estratégico desse setor junto aos CEOs, como já retratado em posts anteriores. Importante destacar que seus executivos têm a tarefa de apoiar o funcionário na direção de um. vida em equilíbrio;
 
TRABALHO E FAMÍLIA – Parece lugar comum o argumento de que o profissional deve optar entre se dedicar ao trabalho ou à família. A percepção é de que não há equilíbrio possível entre sucesso no trabalho e felicidade em casa. Esse desequilíbrio é a fonte fundamental dos problemas de saúde dos trabalhadores em vários níveis e cada vez mais cedo;
 
MÃE E EXECUTIVA – A mulher sofre em especial com o desejo de equilibrar os papéis de mãe e de executiva. As profissionais precisam decidir quais as concessões serão feitas com possíveis danos para alguns dos lados;
 
MANDAR, OBEDECER OU EMPREENDER - quem entra na carreira precisa cuidar de se conhecer para decidir qual o desafio que lhe ajuda mais na hora de fluir e equilibrar a energia dedicada ao trabalho;
 
SALÁRIO OU SAÚDE - há quem diga que uma coisa leva a outra, mas a verdade é que para chegar a um padrão de vida superior, tem muita gente deixando a saúde pelo caminho. A pergunta que fica é se vai sobrar alguma coisa quando a conta estiver recheada.
 
Uma carreira sustentável depende da capacidade do profissional de fazer opções que equilibrem suas várias demandas pessoais para ter uma vida bem-sucedida e saudável. Se sua trajetória não se sustenta, é bom rever suas decisões para encontrar esse ponto de equilíbrio.
 
 
Por: Carlos Faccina
 
 
Fonte: Época NEGÓCIOS
27/11/2012

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