Empresas com perfil sustentável podem se animar com a possibilidade de a Fifa realizar um evento sustentável. Leia mais.
Em notícias recentes sobre a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, a Fifa sinalizou o desejo de realizar um evento que sirva de exemplo para que o mundo discuta e adote a sustentabilidade. A perspectiva é boa para empresas dos setores envolvidos, como turismo, eventos, restaurantes, principalmente para as que já trabalham de maneira sustentável.
A copa já é uma grande oportunidade para empresas brasileiras, mas realizar um evento desse porte de maneira sustentável implica em uma infraestrutura muito ampla e bastante complexa. Além de gerar mais negócios para as empresas diretamente envolvidas, pode acionar uma cadeia de incentivos e consolidar o Brasil como um país líder em soluções sustentáveis.
“Um evento como esse pode ser muito importante para conscientizar efetivamente as pessoas. Uma campanha sobre sustentabilidade atrelada à Copa pode ter uma boa repercussão e fazer do Brasil um país referência em sustentabilidade, o que já é uma tendência. Isso seria muito bem-vindo”, analisa João Francisco de Carvalho Pinto Santos, sócio-diretor da The Key, especialista em gestão sustentável.
Para organizar um evento desse tipo existem questões anteriores muito importantes:
- quantificar e neutralizar emissões de carbono;
- planejar gestão de resíduos;
- alimentação (utilização de produtos orgânicos e privilegiar produção local);
- construções sustentáveis – para novos espaços e reformas de espaços já existentes;
- materiais utilizados para eventos e promoção;
- criação de novas regras para licitações;
- mapear toda infraestrutura e logística.
Para João Francisco, nas empresas que ainda não tem a sustentabilidade inseridas no negócio, pode ser uma ótima oportunidade para mudarem o foco. Esse evento vai interagir com redes tradicionais e será um bom momento para elas adotarem esses critérios. E para as empresas que já têm a sustentabilidade inserida em seu planejamento estratégico podem ter vantagens competitivas. O evento também é uma grande oportunidade de inclusão social, principalmente se forem criados critérios para geração de empregos.
Mais chance de marcar gols
Seguramente as empresas que já têm o tema inserido em suas diretrizes têm vantagem nesse momento. “Quem assume o propósito da sustentabilidade antes, também colhe antes. A decisão por uma gestão sustentável é difícil, pois demanda custos e reduz, em um primeiro momento, o lucro das empresas.
Entretanto, no médio e longo prazo esse investimento é reconhecido pelo mercado que retribui valorizando a empresa. Empresas que ao invés dessa visão de longo prazo forem apenas oportunistas no evento poderão levar um gol contra”, afirma o Economista-chefe do Escritório de Sustentabilidade Estratégica da FGV/RJ, Rubens Mazzali.
De acordo com o economista, temos empresas que estão preparadas e dariam exemplos ao mundo todo no quesito sustentabilidade. Porém, no conjunto das empresas que de algum modo estarão vinculadas aos serviços da Copa temos muito que melhorar.
E as ações não devem estar associadas somente à preservação do meio ambiente. Essa será uma grande oportunidade de esclarecer ao grande público todos os aspectos da sustentabilidade que é preservar o futuro do planeta, das pessoas, das organizações.
“Por exemplo, o projeto de reforma ou construção de um estádio deve ter, além da preocupação com a construção “verde” (ou greenbuilding), a preocupação com os impactos e aspectos sociais envolvidos e, também com a viabilidade econômico do estádio pós-Copa. Trata-se de uma visão holística, sistêmica, que envolve as dimensões sociais, econômicas e ambientais. Nesse sentido, o que provavelmente aparece para o público é apenas a ponta do Iceberg”, exemplifica.
De uma forma ou de outra, quaisquer movimentos que busquem disseminar os conceitos e sensibilizar a população e as empresas sobre os benefícios de uma gestão sustentável são sempre muito bem-vindos. Quando podem ser relacionados a um evento de importância mundial como uma Copa do Mundo de Futebol, seguramente os efeitos são maiores.
Entretanto, esse aumento no grau dos efeitos serve para os bons e os maus resultados, portanto, não podemos errar. “Eu estou seguro de que essa Copa ocorre em um momento de desafios globais que serão oportunos para o Brasil passar ao mundo uma “indentidade sustentável””, finaliza Mazzali.
Fonte: Portal HSM
15/06/2011
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