Inspiração não é cópia. Nem de perto, nem de longe. Mas cuidado: a linha que separa a inspiração do plágio é tênue e merece total atenção. Leia mais.
Excelência. Essa é a palavra de ordem quando o assunto é o mercado de criação altamente competitivo. Vivemos em meio a um turbilhão de demandas com prazos cada vez mais curtos, que resulta na crescente pressão que norteia o dia a dia das agências de comunicação.
A principal ferramenta de trabalho é a criatividade. Os demais recursos somam-se a ela para transformar o insight criativo na marca de sucesso, na comunicação eficaz, que será refletida nos resultados positivos. Tarefa nada fácil, desafiada ainda mais pelas esperas exigentes dos clientes, cada vez mais antenados e cientes do que querem.
Se por um lado esse desafio é o que alimenta a ânsia da criação por se superar a cada job, por outro coloca em risco a carreira do profissional de publicidade, frente a um vilão do sucesso em qualquer profissão: o plágio.
A teoria do pai da química, o francês Antoine Lavoisier, em que “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, não se aplica ao cenário publicitário, criativo. Aqui sim, tudo deve ser criado. Transformar uma ideia não é nada além de plágio. Uns mais bem feitos, outros escrachados, mas plágios.
Inspirar-se é parada obrigatória para o profissional de criação, parte do processo sem a qual não se chega a lugar algum. E é nesse momento que o cuidado deve ser redobrado. Inspiração não é cópia. Nem de perto, nem de longe. Mas a linha que separa a inspiração do plágio é tênue e merece total atenção.
No mundo globalizado, pós-moderno, que oferta uma enxurrada de informações instantâneas e referências que aguçam o conhecimento coletivo, capaz de gerar insights semelhantes em diversas situações, a atuação do profissional de criação assume uma responsabilidade ainda maior.
Para se ter ideia, de acordo com um estudo realizado pela University of Southern California, divulgado recentemente, a quantidade de informações que recebemos diariamente é equivalente ao conteúdo de 174 jornais, cinco vezes mais do que em 1986. Com base nessa revelação, é possível avaliar o quanto a coincidência pode permear a atuação criativa dentro de uma agência de comunicação.
Mesmo assim, o profissionalismo, a competência, a responsabilidade, a criatividade não necessitam de cópias. Não é preciso arriscar-se a experimentar o peso do plágio. Ainda é, e sempre será totalmente possível criar. Só o que vale reinventar é a maneira de como fazer uso das referências.
Eduardo Nabuco (Diretor de criação e um dos sócios fundadores da br4.cgn, agência de comunicação e eventos - eduardo.nabuco@br4.cgn.com.br / www.br4cgn.com.br )
Fonte: Portal HSM
08/06/2011
08/06/2011
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