quinta-feira, 9 de junho de 2011

Economia criativa: o poder do conhecimento e da colaboração

Vendem-se sonhos, ideias e sentimentos positivos: os produtos finais de um novo ramo econômico, que se alimenta da criatividade como matéria-prima. Uma economia que depende do cérebro humano, da informação e do conhecimento. Ideias que geram lucro em uma indústria capaz de induzir e estimular o crescimento de outras áreas da economia. Essa é a economia criativa.

Com uma movimentação financeira mundial de mais de US$ 3 trilhões, esse setor é primordial para o desenvolvimento socioeconômico, tendo um crescimento de 6,3% ao ano e já sendo responsável por 10% da economia mundial. Segundo estudo da Firjan, a cadeia da indústria criativa já representa 17,8% do PIB do Estado do Rio (cerca de R$ 54,6 bilhões) e emprega 82 mil pessoas.

Segundo a especialista em economia criativa e desenvolvimento sustentável Lala Deheinzelin, a diferença da economia criativa em relação às outras é que ela promove o desenvolvimento sustentável e humano. Quando trabalhamos com criatividade e cultura, atuamos simultaneamente em quatro dimensões: econômica, social, simbólica e ambiental.

“Isso leva a um inédito intercâmbio de moedas: o investimento feito em moeda-dinheiro, por exemplo, pode ter um retorno em moeda-social; o investimento realizado em moeda-ambiente pode gerar um retorno em moeda-simbólica, e assim por diante”, afirma Lala.

A força do setor está diretamente ligada à geração Y, jovens conectados que se opõem ao sistema de trabalho tradicional, aos “robôs operários”, e querem é fazer aquilo que gostam e criar. Para isso, até o ambiente de trabalho em que se desenvolvem as empresas da indústria criativa são leves, sem cara de escritório.

Como disse John Howkins no livro The Creative Economy: How People Make Money From Ideas, “não podemos mais falar em empregados das 8h às 18h”.

O vídeo abaixo ilustra esse conceito ao apresentar empresas brasileiras do setor.




Para estar à frente no mercado, as companhias precisam agora inovar e trabalhar com o imaginário do consumidor, procurando antecipar os seus desejos. A moeda dos negócios passa a ser cada vez mais o compartilhamento. Em entrevista ao Portal HSM, o prof. Gilson Schwartz, líder do grupo de pesquisa Cidade do Conhecimento da Universidade de São Paulo (USP), fala que “a economia do conhecimento existe quando criar valor depende da inteligência coletiva mediada por redes digitais”. De acordo com o professor, a colaboração no mercado chegará a níveis inéditos, privilegiando o acesso compartilhado em detrimento da propriedade. É o capitalismo se reinventando, valorizando uma nova forma de coletivismo!
 
Atualmente, quem sempre dependeu de grandes máquinas diz ao mundo que o futuro é dos cérebros! Do jovem que ainda está na faculdade aos CEOs de grandes empresas globalizadas, quem ficar fora da era da colaboração e do conhecimento será incapaz de competir nos negócios, por não saber compartilhar.

Por Gil Giardelli em colaboração com Samanta Fluture e Equipe Inovadores ESPM


Fonte: Portal HSM
09/06/2011

Nenhum comentário: