segunda-feira, 13 de junho de 2011

1000 passos na discussão sobre mídias sociais

Já está na hora de discutir como os modelos de negócio de meus clientes terão que se adaptar ao novo consumidor e não sobre a morte dos banners. Leia mais.

Tem hora que cansa. Trabalhando com mídias sociais desde 2006 (bem antes de chamarmos assim) e acompanho a evolução nas discussões sobre o tema com entusiasmo, às vezes dá preguiça de ouvir a mesma coisa, evento após evento. E tenho certeza de que isso não passa apenas em minha cabeça. Aposto que na sua também. A dedução é óbvia. Afinal, imagino que nós compartilhamos o gosto por novas tecnologias, mídias e pelo mercado digital. Sendo assim, frequentamos os mesmos grandes eventos no Brasil e fora dele.

Acho que é bom pontuar que estou longe de ser um troll na web. Esse artigo é, inclusive, um desabafo por conta de não ser meu perfil apontar culpados ou ficar achando erros por aí (mesmo que existam aos montes). No fim de março, em uma reunião com meu time, na agência, um funcionário disse: “Os palestrantes estão falando por aí coisas que a gente discutia em 2009. Isso é frustrante.”. Essa citação reflete também meu pensamento. A discussão sobre mídias sociais tem que evoluir!

Por favor, se alguém questionar a importância das mídias sociais para uma empresa, se o Orkut vai morrer, quais vantagens as marcas podem ter investindo no relacionamento online ou ainda, se o investimento no digital deveria ser maior, por favor, fique mudo. Não responda. Ignore.

Vamos discutir temas novos. As perguntas acima foram feitas em 2008, 2009, 2010 e não admito mais ver isso sendo debatido em palestras ou eventos de grande porte, por palestrantes estrangeiros. Proponho que os debates ganhem um upgrade e que girem em torno de temas hoje apenas suspirados em guetos virtuais, ainda que por poucos.

Vamos repensar o e-commerce social ou ir além da compra coletiva? Vamos debater com seriedade os modelos de B2B em mídias sociais de modo que gerem resultados além de branding (branding é vital para uma marca, mas as coisas não acabam nele). Quero discutir mídias sociais partindo do pressuposto que ela é um commodity, não uma novidade!

Demi Getcko, professor de ciência da computação da USP, sempre dá um exemplo maravilhoso, onde compara a internet e a conectividade à eletricidade. Assim que a energia elétrica chegou às casas era o debate do milênio, mas agora só pensamos nela quando falta luz.

Mídias sociais seguem o mesmo caminho. Está claro que o ser humano mudou e que esse fenômeno é duradouro, então vamos parar de responder a indagações dos clientes como “mídias sociais é uma moda?”, “vou conseguir medir ROI de uma ação no Facebook?” ou “devo redistribuir parte da minha verba offline para um projeto em mídias sociais?”.

Quero falar sobre como os modelos de negócio de meus clientes terão que se adaptar ao novo consumidor e não sobre a morte dos banners. Quero discutir o mundo que meu irmão de 10 anos irá consumir quando tiver 20 e não qual será a nomenclatura que inventaremos para a próxima geração. “Já chegamos na Z. Vamos seguir para A1, como fazem os programas de planilhas?”, brincou meu diretor financeiro, Agenor Burla, em uma reunião. Bom, pessoal. Vamos discutir novas ideias?

Vitor Guerr (Diretor de Novos Negócios da Ideia S/A).

Fonte: Portal HSM
13/06/2011

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