domingo, 19 de agosto de 2012

Devolvam minha parede!

Quem consegue trabalhar com esse barulho?


Não, não quero fazer parte do coral, obrigada (Foto: Shutterstock)

Quando as paredes dos escritórios foram derrubadas, há alguns anos, em nome da integração e do aumento de sinergia das equipes, todo mundo aplaudiu. Mas agora está chegando a conta. Nas mais diferentes empresas, gestores começam a se queixar de profissionais distraídos, agitados, irritadiços. A produtividade cai. E, pior, não dá nem para se queixar dos colegas com um mínimo de privacidade.

“Em geral, as pessoas não gostam da acústica do escritório aberto”, diz John Goins, diretor do Centro para Ambientes Construídos, da Universidade da Califórnia, em Berkeley. Em sua pesquisa com 65 mil profissionais de quatro continentes, entre 2001 e 2009, metade revelou-se insatisfeita com o espaço aberto.

Algumas empresas começaram a agir. A Autodesk, uma fabricante de software americana, desenhou uma sede com acústica especial para diminuir o efeito do burburinho. A consultoria What If, de Manhattan, criou ambientes paralelos, no escritório, imitando um café ou bistrô. Quem quer conversar, que vá para lá. Mas a solução mais comum, diz Goins, é o improviso.

“É comum vermos profissionais escondidos atrás de uma barricada feita de pilhas de livros, revistas, manuais e relatórios.” E o fone de ouvido foi erigido à condição de parede – é o maior protetor da privacidade.

Outra saída tem sido a criação de “máscaras sonoras”, customizadas ao espaço do escritório: sistemas inteligentes de alto-falantes reproduzem gravações de sons naturais do trabalho, como o da ventilação. Quando o burburinho fica mais forte, o volume do sistema aumenta. Esse foi um dos artifícios da Autodesk. A prática gera um aumento de produtividade entre 8% e 38%, segundo um estudo da Herman Miller, empresa de arquitetura e design.

E você, o que prefere: ambientes abertos ou cada um na sua sala?


Fonte: Época NEGÓCIOS
19/08/2012 

Nenhum comentário: