terça-feira, 16 de agosto de 2011

Moradias verdes alteram metrópoles

Conceito de sustentabilidade está permeando uma nova maneira de pensar, de morar e até de projetar cidades 

Você já deve ter ouvido falar em construções sustentáveis, condomínios ecológicos, ecobairros e ecovilas. Todas essas iniciativas na sociedade seguem princípios de sustentabilidade e podem ser fontes inspiradoras para empresas que desenvolvem projetos verdes.

Na Índia, por exemplo, a cidade Lavasa, foi projetada e executada pela Hindustan Construction Company (HCC), empresa de construção civil, por conta da crescente urbanização observada no país.

Esta cidade está contando com o apoio de empresas como Cisco, Wipro, Accenture, ACNielsen, Deloitte, Microsoft, Tata Indcom, Rothschild, entre muitas outras, que acreditam neste movimento sustentável, não só do ponto de vista ambiental,  mas também econômico.

No Brasil, alguns estados já contam com iniciativas como dos Ecobairros ou Ecovilas, que estão mudando o cenário das metrópoles aos poucos. Nessas localidades são os moradores que se empenham em fazer um melhor aproveitamento de resíduos, trabalhando novas formas de relações sociais, culturais e econômicas.

Porém, as iniciativas de moradores e do mercado de construções sustentáveis ainda são pequenas dentro do complexo sistema de habitação e urbanização. De acordo com Sasquia Hizuro Obata, coordenadora do curso de pós-graduação em construções sustentáveis na FAAP, São Paulo, “o movimento do mercado ainda é incipiente nessa área. Ainda há poucos projetos que buscam certificação e que podem ser considerados realmente sustentáveis”.

A professora da FAAP acredita que o Brasil ainda tem um longo caminho para considerar seus empreendimentos sustentáveis. “Não há certificações e não temos parâmetros. Nossos engenheiros e arquitetos saem da faculdade sem a menor noção do tema e têm que se especializar”, alerta.

Segundo Sasquia, ao governo caberia, além de criar leis regulamentando esse setor, adotar medidas mais sustentáveis em obras como construção de hidrelétricas e pavimentação de ruas e estradas.

Sasquia entende que o maior mercado de habitação, o de moradia popular, está longe de adotar esses critérios. “Nesse segmento ainda vale o que é mais barato, e normalmente o que é mais barato não é o sustentável. Fazer uma mudança nessa área seria uma verdadeira virada”.

Além disso, há uma infinidade de ações que compõem o complexo quadro para que uma cidade seja sustentável. “No momento até há construções de edifícios que atendem os critérios ‘verdes’. Mas estão implantados em infraestrutura urbana que não possui uma malha viária e cicloviária adequada, ou seja, temos um cenário em que a base precisa correr uma maratona imensa para termos a união equivalente entre infra e superestrutura adequadas”.


Ecovilas

As Ecovilas, conceito lançado globalmente em 1995, que reúne grupos de pessoas interessadas em mudar seu modo de viver, gerando o menor impacto possível para o ambiente e a sociedade, tem como principal objetivo ser 100% sustentável.

Neste modelo definido como ‘assentamento humano sustentável’ tem surgido iniciativas como reuso de água, uso de energias renováveis, propagação dos conceitos de sustentabilidade não só no grupo, mas na região onde está instalado, construções sustentáveis etc, que podem ser cases de estudos e exemplos para outros negócios.

Para Marcos Arruda, economista e educador do PACS (Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul), a interação entre grandes organizações privadas e grupos de Ecovilas, pode contribuir para um maior conhecimento das ações de sustentabilidade entre empresas e sociedade.

“Nas ecovilas há pessoas das mais variadas áreas: engenheiros, arquitetos, entre outros. Essas pessoas desenvolvem soluções criativas e inovadoras em bioconstrução, desenhos de prédios, aproveitamento de água e energia, por exemplo”, diz Arruda, que também faz parte de um movimento chamado Cidades em transição, que tenta replicar esses princípios de sustentabilidade dentro de cidades.

E neste processo de transição e da busca por cidades verdes, acredita-se que a grande mudança virá dos bairros, seja reforçando o comércio regional ou outra iniciativa criativa para uma sobrevivência sustentável.

E você e sua empresa, como tem colaborado para a sustentabilidade da sua cidade?


Fonte: Portal HSM
16/08/2011

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