Larissa Coldibeli
Do UOL, em São Paulo - 20/02/2013
Ser dono do próprio negócio significa ter mais responsabilidades e, muitas vezes, trabalhar mais de dez horas por dia. O acúmulo de funções e o excesso de trabalho, comuns no início da empresa, podem afetar a saúde do empreendedor.
Do UOL, em São Paulo - 20/02/2013
Ser dono do próprio negócio significa ter mais responsabilidades e, muitas vezes, trabalhar mais de dez horas por dia. O acúmulo de funções e o excesso de trabalho, comuns no início da empresa, podem afetar a saúde do empreendedor.
Luiz Fernando Garcia, especialista em desenvolvimento humano e dinâmica de negócios, autor do livro "Empresários no Divã" (Editora Gente), diz que quem empreende precisa saber lidar com a ansiedade típica de ter um negócio.
"O dono da empresa sabe que tem as contas a pagar, ao contrário do funcionário, que sabe a data em que vai receber. A sazonalidade das vendas e a incerteza das coisas gera uma ansiedade muito grande", afirma.
A ansiedade surge quando a pessoa não consegue deixar de pensar nos problemas do futuro e não se desliga dos fatos do passado, segundo o especialista. Ele diz que é comum o distanciamento da família, realização de compras por impulso e até o uso do álcool ou do sexo como válvulas de escape.
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Objetivos de curto prazo e paradas para relaxamento diminuem a ansiedade
Apesar da angústia que gera, a ansiedade pode ser usada para o bem do negócio. "A ansiedade tem que existir para sermos produtivos. É necessário certo nível de estresse para sairmos da inércia. Quando direcionados para alvos e objetivos de curto prazo, o estresse e a ansiedade são produtivos. Ao atingir uma meta, o sistema nervoso libera uma substância que promove relaxamento", explica Garcia.
Segundo o especialista, se a pessoa convive com a ansiedade e o estresse no longo prazo, ela nunca tem um momento de relaxamento. Para ajudar o corpo e a mente a relaxarem, ele diz que é importante ter momentos de descanso, como uma pausa para um café depois de uma reunião desgastante ou mesmo uma parada ao longo do dia para fazer atividades físicas.
Estresse e maus hábitos são vilões da saúde
O estresse e a ansiedade decorrentes do trabalho podem desencadear ou agravar doenças crônicas e, associados à má alimentação, ao sedentarismo e, eventualmente, ao hábito de fumar formam uma verdadeira bomba-relógio no coração, explica o médico especialista em medicina preventiva Caio Soares.
Dicas para reduzir estresse e melhorar a saúde
Reduza a ansiedade
Ter objetivos de curto prazo ajudam a diminuir a angústia e a inquietação.Faça pausas
Controle o número de horas trabalhadas e faça paradas ao longo do dia, como um café depois de uma reunião estressante.Alimente-se bem
Não pule refeições e escolha alimentos saudáveis.Faça exercícios físicos
O sedentarismo é fator de risco para várias doenças. A prática de atividades físicas traz bem-estar e promove relaxamento.
"As doenças cardiovasculares são as que mais matam no Brasil. É uma praga silenciosa. Quando a pessoa tem hábitos considerados de risco, como má alimentação e sedentarismo, as artérias vão endurecendo e entupindo, mas isso só será sentido no futuro", afirma.
Pesquisa realizada pela empresa de assistência médica Omint com 15 mil executivos do alto escalão de pequenas, médias e grandes empresas mostra que 95,5% dos entrevistados não mantêm uma alimentação equilibrada no dia a dia, 44% são sedentários e 31,7% têm índice elevado de estresse.
"Quanto maior o cargo, maior o nível de estresse. No caso do empreendedor, que é dono da empresa, a responsabilidade cresce ainda mais", diz Soares, que também é diretor médico da Omint e coordenador do estudo.
Ele diz que o estresse pode afetar tanto a saúde mental, comprometendo a capacidade de tomar decisões rápidas, quanto a saúde física, desencadeando o surgimento de doenças como as cardiovasculares ou psicossomáticas, quando fatores psicológicos afetam a saúde do corpo.
Ambiente também favorece surgimento de doenças
RANKING DE DOENÇAS
Males comuns em empresários | Incidência entre pesquisados |
Rinite | 28,97% |
Alergia de pele | 22,41% |
Dor no pescoço ou ombros | 19,36% |
Excesso de peso | 18,42% |
Ansiedade | 18,19% |
Dor de cabeça frequente | 16,50% |
Asma ou bronquite | 13,47% |
Colesterol alto | 11,53% |
Insônia | 10,83% |
Dor crônica nas costas | 8,52% |
Fonte: Omint
Além dos hábitos e estilo de vida, as condições do ambiente também afetam a saúde dos empresários e empreendedores, de acordo com a pesquisa. A poluição nas grandes cidades, junto com a alta exposição ao ar-condicionado, nem sempre em condições adequadas de manutenção, colocou rinite e alergias de pele no topo da lista das doenças mais frequentes.
Em seguida, vêm, respectivamente, dores no pescoço e ombros, excesso de peso, dor de cabeça frequente, ansiedade, asma ou bronquite, insônia, colesterol alto e dor crônica nas costas.
O desejo de mudança de hábitos também é avaliado pela pesquisa que concluiu que a inclusão de pelo menos uma atividade física na rotina é objetivo de 37,7% dos executivos e 44%, ainda que não tenham tomado nenhuma iniciativa, tem pensado frequentemente no assunto.
O diretor médico da Omint ressalta, ainda, que a adoção de hábitos de vida saudáveis deveria ser uma preocupação de primeira ordem para empresas e seus colaboradores. "As pessoas hoje têm consciência do risco que correm com os hábitos de vidas não saudáveis, mas conforme nosso estudo comprova, isso não é suficiente para a mudança de comportamento. Elas precisam de estímulos contínuos para mudança de estilo de vida", afirma.
Indicado por: Prof. Norival Carvalho Cunha
Fonte: UOL Economia
27/02/2013
Indicado por: Prof. Norival Carvalho Cunha
Fonte: UOL Economia
27/02/2013
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