O sistema de crowdfunding, aquele em que você usa a colaboração financeira de outras pessoas por meio da internet para dar vida a algum projeto, nunca esteve tão popular. Segundo a revista Forbes, ele movimentou cerca de US$ 3 bilhões em 2012 – US$ 10 milhões no Brasil –, e a projeção é que esse valor dobre neste ano.
Enquanto países já exploram bastante esse sistema para também financiar empresas, o Brasil ainda engatinha, dando uma grande ênfase no investimento em projetos culturais e pessoais.
Mas parece que o país começa a ajustar suas antenas para o assunto. Realizado hoje (7/2), o evento “Crowdfunding para capital inicial de empresas” discutiu o potencial do crowdfunding equity no Brasil, que nada mais é do que a busca por investimento na multidão em troca de parte acionária da empresa nascente. “É uma pena ver que ainda estamos bem no início, mesmo tendo menos entraves que outros países que estão bem à frente, como os Estados Unidos”, afirma Marina Miranda, diretora geral da Mutopo, empresa de consultoria sobre tema.
No Brasil, para um empreendedor buscar investimento coletivo para criar sua empresa é preciso que ela esteja enquadrada no Super Simples e/ou que o investimento coletado não ultrapasse R$ 2,4 milhões no período de 12 meses. Além disso, o empreendedor precisa informar a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e apresentar algumas informações – como CNPJ e website – para se livrar de toda a burocracia de uma oferta pública inicial (o IPO).
Parece simples, mas o processo de crowdfunding equity acaba levantando outros desafios na atual realidade brasileira. “Ainda é preciso muita divulgação sobre essa possibilidade e educar empreendedores e investidores sobre o tema”, afirma Gustavo Gonzalez, chefe de gabinete da presidência da CVM.
Para Cássio Spina, fundador da Anjos do Brasil, esse modelo é uma ótima chance para investidores se unirem para investir em diferentes projetos e ao mesmo tempo fornecer sua experiência e conhecimento para essas novas empresas. Já Pedro Waengertner, fundador da Aceleratech, levanta a problemática de um negócio ainda iniciante, com pouco faturamento, lidar com tantos investidores-sócios. Outro ponto também, já que são pequenas empresas, é saber definir muito bem o que esses investidores vão receber em troca ao entrar com o capital para elas crescerem.
Resta saber: quais seriam as melhores alternativas para divulgar o sistema e educar investidores e empreendedores? E será que essa sociedade colaborativa pega no Brasil? Para um país com dificuldade para acesso a crédito – que ainda acaba indo para empresas que já saíram do papel e não para ideias e projetos –, não seria nada mal embarcar nessa, não? Comentem e compartilhem!
Fonte: Revista PEGN
14/02/2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário