domingo, 24 de fevereiro de 2013

7 passos para criar um bom plano de negócio

Pode-se até começar sem ele, mas será difícil expandir o negócio sem desenvolvê-lo mais a diante
 
Por: Jerônimo Mendes
 
Qualquer guru de startups recomenda aos iniciantes a elaboração de um plano de negócio. Entretanto, são poucos os que disponibilizam ou ensinam como fazer um de maneira prática e simplificada.

Não se iluda! Não é tão simples assim. O plano de negócio envolve variáveis que vão além do conhecimento tradicional, tais como: contabilidade, marketing, plano operacional, finanças, cálculos e mais cálculos. Além do mais, é necessário gostar de escrever, pesquisar e ordenar as ideias. Em suma, é preciso pensar.

Por essas e outras razões, a maioria dos empreendedores desiste e parte para o ataque mesmo sem ter desenvolvido um, porém, o resultado é incerto. De acordo com as cruéis estatísticas do GEM (Global Entrepreneurship) e do Sebrae, poucos são os negócios que sobrevivem ao primeiro ano de funcionamento.

Assim sendo, aqui vão as primeiras dicas para quem deseja realmente desenvolver um bom plano de negócio. Na prática, não existe muito segredo. Em geral, você vai precisar de:

- Muita disciplina: para começar, desenvolver e terminar o plano de negócio; isso leva mais ou menos seis meses, se você trabalhar em torno de meia hora a uma hora por dia, a menos que disponha de grana suficiente para contratar uma bom consultor para ajuda-lo.

- Um modelo a ser seguido: existem vários modelos disponíveis na web, mas, como eu disse antes, pegar um plano de negócio pronto não vai facilitar o seu trabalho, ao contrário, pode até desanimá-lo; contudo, vai ajuda-lo a entender a estrutura do documento.

- Um amigo contador, economista ou financeiro: a menos que você seja um profissional com o conhecimento necessário, vai precisar de alguém para ajuda-lo a calcular as projeções financeiras que demonstram a viabilidade do negócio, tais como: payback (tempo de retorno do investimento), TIR (taxa interna de retorno) e VPL (valor presente líquido), entre outros.

Até aqui, muitos ficam com preguiça só de ler a primeira parte. Talvez seja melhor continuar empregado, dá menos trabalho. Pode ser, mas, não dá o mesmo prazer de quando você pensando no próprio negócio. É uma questão de escolha.

Muito bem! Se você deseja seguir em frente, imagino que sim, deixe-me simplificar um pouco a sua vida e desmistificar a ideia de que o plano de negócio é difícil. Não é fácil nem difícil, entretanto, é trabalhoso.

Digo isso por experiência própria, pois, já fiz algumas dezenas de planos de negócio e cada um é diferente de outro. Todo plano é um desafio à minha disciplina, ao meu senso de organização e à minha criatividade.

Aqui está um processo simplificado em sete passos que vai ajuda-lo a desenvolver o seu próprio plano de negócio. Avalie com carinho, procure adaptá-lo à realidade do seu negócio e seja disciplinado. São eles:

1. Sumário Executivo: trata-se de uma síntese do plano de negócio completo contendo os principais pontos abordados em cada capítulo para despertar o interesse inicial do potencial investidor ou de quem lê; é o último item a ser elaborado.

2. Defina as diretrizes estratégicas do negócio: qual é sua a visão? Qual é a sua missão? Quais são os valores principais para o seu negócio?

3. Defina o modelo de negócio: qual é o seu plano? Em que negócio você está? O que você realmente vende? Qual é o seu público-alvo? Quais são as suas vantagens competitivas?

4. Defina os objetivos estratégicos: volume de vendas para os próximos três a cinco anos, lucratividade esperada, taxa anual de crescimento, expansão do negócio, etc.

5. Defina os objetivos táticos: em que atividades você precisa se empenhar para atingir seus objetivos estratégicos? Produtos e serviços, plano de marketing e vendas, fontes de financiamento, equipes de trabalho, etc.

6. Defina as principais políticas: de produtos, de clientes, de promoção, de distribuição, de preços, de financiamentos, de investimentos, de produção.

7. Indicadores financeiros: qualquer agente financeiro, quando se consegue um, quer saber se vale a pena colocar dinheiro no seu empreendimento; portanto, quanto mais consistentes forem os dados, maior a chance de conseguir uma boa alma para financiar o seu negócio.

Fácil? Claro que não. O que foi escrito aqui não representa um milésimo do esforço necessário para desenvolvê-lo e coloca-lo em prática. Em startups, é fundamental ter em mente o seguinte: ruim com o plano de negócio, pior sem ele.

Infelizmente, não tenho as estatísticas do Brasil, mas, nos Estados Unidos, segundo a SBA (Small Business Administration), uma espécie de Sebrae norte-americano, menos de 3% dos empreendedores obtém financiamento para impulsionar o empreendimento. Sem o plano de negócio fica ainda mais difícil.

Espero que isso o ajude a despertar o empreendedor que existe dentro de cada um de nós. Nascemos todos empreendedores, mas, são poucos os que acreditam nessa possibilidade. Se for esse o seu caso, o plano de negócio será o grande aliado para o seu sucesso.

Pense nisso, empreenda e seja feliz!

No meu livro
Manual do Empreendedor você encontra um roteiro completo com todos os passos necessários para executar um bom plano de negócio. Se necessário, envie um e-mail para mim e disponibilizo o roteiro, além de alguns modelos de planos de negócio.


Fontes de referência:
Mendes, Jerônimo. Empreendedorismo para Jovens. São Paulo: Atlas, 2012.

Mendes, Jerônimo. Manual do empreendedor. São Paulo: Atlas, 2012.

Dornelas, José Carlos Assis. Empreendedorismo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

Kawasaki, Guy. A arte do começo. Rio de Janeiro: Best Seller, 2004.

Thompsom, Mark; Tracy, Brian. Construa um grande negócio. São Paulo: Hunter Books, 2012.
 
 
 
Fonte: Portal Administradores
24/02/2013

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