segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Apoio para investimentos e redução de impostos

Guia da KPMG auxilia empreendedores a compreender as leis tributárias dos países americanos antes de definir estratégias de investimento


A complexidade da cadeia tributária confunde o empresariado. No Brasil, então, nem se fala. Mas dependendo da região em que o investimento é feito, o incentivo recebido pode ser compensador. "Em média, cada R$ 100 que uma companhia gasta, pode ter em torno de R$ 25 de volta, no bolso, na redução do imposto de renda ou no tributo sobre o lucro. É uma condição sem igual nos países americanos. Só a Colômbia chega perto disso", explica Sérgio Schuindt, sócio-líder da área de incentivos fiscais em pesquisa e desenvolvimento da KPMG no Brasil e América do Sul.

Ele embasa sua ideia com números que acabaram de sair do forno. Em estudo inédito, a empresa de consultoria elaborou o "Guia de incentivos em pesquisa e desenvolvimento – agregando valor às Américas", trabalho que engloba os países da América Latina, Estados Unidos e Canadá. Serve como uma bússola para que empreendedores compreendam melhor as leis tributárias de cada país antes de definir as estratégias de investimento.

O documento, dividido em nações, resume as questões tributárias e enumera os incentivos locais, as áreas de atividade, subsídios, créditos fiscais e outras informações. "No caso do Brasil, há regiões, como Norte e Nordeste, que oferecem maior devolução de impostos e incentivos", analisa Schuindt. Resquício ainda da guerra fiscal, que tanto irritou os estados do Sul e Sudeste nas últimas décadas.

Segundo o executivo, os governos sabem que precisam das empresas para receberem projetos inovadores, que agreguem riqueza à região. “O que começaram a fazer? Dar incentivos fiscais para quem investe em pesquisa e desenvolvimento. E o Brasil, entre os pesquisados, é quem tem os melhores incentivos. Foi quando começamos a desenvolver questões sobre onde é melhor começar um centro de pesquisa", explica.


Bússola para empreendedores

A utilidade do material está na ajuda em calcular quanto custa para realizar atividades de pesquisa e desenvolvimento em cada nação, após colocar os impostos na equação. Informações importantes não apenas para comparar a política tributária do Brasil com a dos outros países da América, mas também para compreender, regionalmente, a nem sempre fácil legislação, que varia de local para local. "O Brasil tem leis completas e extensas e, em diversos momentos, se vê um Estado brigando com outro, ou mesmo com a União. Mas é no ambiente muito complexo que surgem as oportunidades. É o caso de inovações tecnológicas, que podem oferecer redução de carga tributária", destaca Schuindt.

Para a KPMG, o guia tem um objetivo: fazer com que as empresas conheçam melhor onde podem ter apoio para investimentos (especialmente no desenvolvimento de tecnologias) e diminuição de impostos. Com isso, o documento pode ajudar a manter no Brasil os mais brilhantes pesquisadores nacionais que, hoje, preferem trabalhar no exterior, onde a remuneração é muito mais compensadora. "Perdemos nossas melhores cabeças para América do Norte, Europa e Ásia. Temos como pano de fundo incentivar as companhias a contratarem porque, quanto mais fizerem isso, mais incentivo têm. Vamos conseguir manter a mão de obra qualificada. Estamos abaixo de 1% neste quesito. Muita gente está anunciando investimento em setor de pesquisas no Brasil", diz, esperançoso que o guia possa ajudar neste processo, o sócio-líder.


Fonte: Portal HSM
24/09/2012

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