sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Qual executivo você é e qual gostaria de ser?

Empresas precisam de pessoas focadas na integração de resultados e capazes de desenvolver pessoas, promovendo a cultura da organização

Líder, Gestor, Dirigente. Você consegue fazer uma auto-avaliação e descobrir qual das três nomenclaturas se encaixam melhor no seu perfil de executivo? Ou, para qual delas você gostaria de direcionar sua carreira?

Segundo Bethânia Tanure, pesquisadora e professora de gestão da PUC Minas Gerais, a diferença entre ser um gestor, líder ou dirigente está na forma como cada um canaliza as energias da empresa em busca do que considera ser o melhor para a corporação.

Veja as diferenças de cada perfil, conceituadas pela especialista:
Gestor Líder    Dirigente
É um cargo formal de chefia.
O gestor é eficiente na criação de bases para resultados empresariais sustentáveis, na articulação e viabilização dos componentes mais racionais da gestão de uma empresa.
É aquele que opera com a energia que mobiliza a empresa. Seu foco está na dimensão mais emocional da gestão, formada por pessoas, liderança e cultura.
O líder é legitimado por seus liderados, que o seguem voluntariamente – o que difere do que ocorre com o gestor.
É um gestor que consegue somar, em seu perfil e em sua ação, suas capacidades com as do líder.
Seu foco não é só estratégia, processos e estrutura, ou pessoas, liderança e cultura. Juntando tudo isso, ele reconhece o fluxo natural e o altera, com uma visão de futuro que ilumina suas decisões e ações.



Um novo perfil

Para Betania Tanure, o “ambiente de negócios mutante do século 21” requer líderes com perfil transformador capazes de lidar, simultaneamente, com questões que exigem racionalização e revitalização na empresa, teoria chamada por Betânia de “gestão agridoce”.

“Um dos importantes desafios de executivos nascidos e modelados em uma cultura relacional como a brasileira é a falta de coragem de ser azedo, ou seja, de demitir um funcionário que por muitos anos foi leal a eles ou à organização, por exemplo. Já a revitalização, o elemento “doce” do agridoce, é agradável, prazerosa e mais próxima de nossa cultura”, explica.

Para Beatriz Maria Braga, professora-adjunta da FGV/EAESP e especialista em gestão de pessoas, a diferenciação entre o perfil dos executivos da empresa está cada vez mais vinculada ao grau de complexidade com que trabalham a gestão de seus subordinados.

“Um chefe, em qualquer nível, deve ter a competência de administrar pessoas, mas quanto maior a equipe e mais complexas as tarefas, mais ele precisará ter habilidades para saber ouvir, motivar, ensinar e também a falar não”, explica.

São por estes aspectos que, no mundo corporativo, gestores com perfis mais racionais devem encontrar seu contraponto emocional.


Desafio do desenvolvimento e equilíbrio da gestão

Para Mariana Malvezzi, coordenadora do curso Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos do Centro Universitário Senac, ser líder faz parte de uma característica pessoal que é adquirida com a vivência. Entretanto, fazer uma auto-avaliação para desenvolver competências como capacidade de comunicação, delegação de tarefas e estímulo à inovação, pode ajudar no processo de construção do perfil de liderança.

“O gestor em si não é um líder, porque exerce sua autoridade pelo poder legítimo. Porém se ele tiver o poder de reconhecimento e conquistar a liderança, os subordinados passarão a obedecê-lo não por subordinação, mas porque acreditarão em sua visão e se inspirarão nela”, afirma Mariana.

Para Beatriz, não existe vocação para ser líder, mas sim aprendizado prático e estudo. “As pessoas confundem o que chamam de vocação para ser líder com o carisma. Martin Luther King e Mahatma Gandhi são exemplos de líderes carismáticos, porém é preciso saber que em uma empresa nem sempre o líder carismático será um administrador competente”, alerta.


Existe o caminho das pedras?

Para conduzir a carreira a níveis gerenciais, Mariana alerta que o mais importante é estar atualizado nas questões que envolvem os processos operacionais da corporação.

“O profissional deve formar uma rede de contatos dentro e fora da empresa para compartilhar informações e aproveitar as chances de mostrar os conhecimentos que possui para ser reconhecido como um funcionário que agrupa qualidades para cargos de chefia.”

Já para integrar os conhecimentos de liderança e gestão e chegar a um cargo de dirigente, é essencial que o executivo adquira ainda conhecimentos aprofundados sobre o mercado de trabalho e as tendências mundiais na área de atuação da empresa.

“Encontros de management com grupos de pesquisa são uma forma desse profissional se antecipar às novidades no mercado, que possam interferir de alguma forma na empresa e de destacar para o cargo”, conclui Mariana.


Fonte: Portal HSM
21/10/2011

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