segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Anjos dos negócios

Uma nova modalidade de financiamento de empreendedores está modificando o mercado. Já popular nos Estados Unidos, fundos de investimento “anjo” auxiliam empresas inovadoras, startups e até mesmo boas ideias a darem os primeiros passos rumo a um futuro promissor. Nos Estados Unidos, esses fundos já respondem por um ingresso de capital de US$ 50 bilhões em novos negócios e no Brasil começam a ganhar força e popularidade.

O conceito é simples: pessoas físicas com larga experiência de mercado, atuando sozinhas ou nas chamadas “redes de anjo”, investem em projetos ou empresas embrionárias com grande potencial de valorização e retorno.

Humberto Matsuda, sócio da Performa Investimentos conta que as empresas-alvo desse tipo de investimento são emergentes, têm baixo faturamento e uma grande necessidade de aporte financeiro e capital intelectual. “Ao contrário do que se imagina, não é necessário ser uma startup e nem existe uma definição para quantidade de dinheiro aportada” explica Matsuda.

Na visão dos anjos, as áreas que geram maior interesse de investimento são aquelas ligadas à tecnologia, como criação de software e internet, por uma série de fatores:

Maior probabilidade de rápida expansão;

Pequena mobilização de capital;

Atuação nacional e internacional facilitada por meio da internet.

Mais do que bons produtos ou serviços, os investidores anjo procuram empreendedores com perfis diferenciados. O que eles buscam são líderes com grande capacidade de execução e inovação, além de poder de adaptação, alguém que seja capaz de fazer a diferença, principalmente, em momentos de crise.


O alvo

Um case interessante de investimento anjo é da O2 Games, empresa desenvolvedora de projetos de tecnologia avançada, com foco em jogos eletrônicos online. Daniel Coquieri, CEO da empresa conta que o modelo de negócio é importante, mas o fator fundamental para eles terem conseguido o investimento foi o brilho no olho, a paixão do time e a vontade de fazer acontecer.

Na prática, o investidor-anjo detém o papel de financiador e patrocinador do negócio, mas em muitos casos o auxílio extrapola a questão financeira, principalmente nos casos em que o investidor é também especialista do mercado no qual decidiu colocar seu capital.

Trata-se do “dinheiro inteligente”, aquele que vem acompanhado de networking forte, boas dicas e o mapa do caminho das pedras do mundo empresarial. Como contrapartida, o investidor participa do negócio em níveis estratégicos, na definição de diretrizes.


Futuro promissor

Com crescimento certo, a prática de investimento anjo só tende a crescer no País. Marcelo Cazado, diretor executivo da Floripa Angels, conta que uma vez que o modelo é favorável à economia de uma forma geral, o caminho é o crescimento acelerado desta modalidade. “A velocidade poderia ser maior se houvesse mais incentivos do governo e uma lei que regulamentasse a prática, como existe no exterior”, comenta Cazado.

Além disso, os negócios realizados via investimento anjo levam cerca de três a quatro anos para ter sucesso e, como qualquer empresa, têm seu tempo natural de maturação, que envolve criação e reconhecimento de marca e o desenvolvimento de produtos. Quando esses negócios se tornarem rentáveis e bem sucedidos, outros anjos serão incentivados a entrar no mercado.


Fonte: Blog HSM
17/10/2011

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