quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Desafios da inovação aberta brasileira

Para o presidente do Open Innovation Center Brasil, a inovação depende muito mais da conexão do que da invenção

O cenário da Inovação Aberta brasileira mostra que ainda existem inúmeros desafios culturais a serem enfrentados pelas empresas, para que os resultados desta abertura sejam de fato efetivos. Para Bruno Rondani, presidente do Open Innovation Center Brasil, a visão das empresas já mudou e os incentivos públicos têm colaborado para a inovação. Além disso, a inovação depende muito mais da conexão do que da invenção.

“A nova realidade da economia somada à multiplicação de políticas públicas de incentivo, tem feito com que tanto pequenas quanto grandes empresas passem a enxergar a abertura como a forma mais natural de aumentarem sua eficiência no mercado de inovação”, afirma Rondani. Apesar das críticas existentes ao governo brasileiro, Rondani afirma que a economia do país tem sido beneficiada, ainda que aos poucos, pelas medidas de caráter público que surgiram na última década. “A Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) multiplicou seus investimentos em mais de 10 vezes, e contamos com mais de 400 incubadoras e um crescente número de parcerias entre faculdades e empresas privadas”, lembra.

Porém, para que o país evolua com estas parcerias será preciso incentivar a abertura entre empresas privadas, e os investimentos inteligentes, que priorizam áreas “alavancas” da inovação. “Se a indústria nacional se voltar aos desafios relacionados à problemas sociais como urbanização, energia, transporte/ logística e segurança, certamente ingressará em um novo processo de crescimento e encontrará mercados globais para atuar com a inovação aberta”, prevê o presidente do Open Innovation Center Brasil.


Incentivos para dar estímulo

Nos últimos anos, inúmeros mecanismos públicos surgiram com o objetivo de incentivar e fomentar programas de inovação aberta no Brasil, como a cooperação entre empresas e universidades, disponibilização de patentes, licenciamentos cruzados e incentivos a processos de “spin out” (empresa que surge de outra organização, mas seu gerador não permanece como dono majoritário), onde grandes empresas tornam divisões independentes, para atendimento específico de novas metas e programas.

Porém, ainda que os mecanismos formatados pelo governo sejam apropriados para o desenvolvimento de um cenário positivo nos próximos anos, o que as pesquisas mostram é que a adesão das empresas a estas leis e programas ocorre em de forma lenta.

Segundo dados da última Pesquisa de Inovação Tecnológica - Pintec, divulgados neste ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de empresas inovadoras subiu de 34,4% no período 2003-2005 para 38,6% entre 2006 e 2008, porém apenas 22% delas fizeram uso de algum incentivo público federal no período.

Na opinião de Roberto Nicolsky, diretor geral da Sociedade Brasileira Pró - Inovação Tecnológica (Protec), isso acontece porque os mecanismos de apoio oferecidos pelo governo não são suficientes para incentivar uma inovação ofensiva como as vistas em empresas de países emergentes como Coréia, China e Índia.


Fonte: Portal HSM
12/01/2012

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