Diante de um cenário repleto de oportunidades, esses profissionais enfrentam muitos desafios ao lidar com conceitos ainda pouco compreendidos
Eles são responsáveis por plantar a semente da sustentabilidade nas empresas, em instituições da sociedade civil organizada, no governo e na academia. Não importa em que local estejam atuando, sua visão de mundo está voltada às demandas do século XXI, ao desafio de aliar as dimensões econômica, social e ambiental. Às vésperas da Rio+20, um cenário de oportunidades e desafios abre-se diante dos profissionais de sustentabilidade.
“Nunca houve tantas vagas no mercado de trabalho como hoje para esses profissionais”, afirma João Francisco de Carvalho Pinto Santos, sócio-diretor da The Key – consultoria na área de sustentabilidade. Além do aumento das oportunidades de trabalho, ele destaca o atual contexto brasileiro, extremamente positivo para os profissionais da área.
“O Brasil está protagonizando um momento relevante, pois podemos ser os provedores de novas soluções para os desafios da humanidade e para o desenvolvimento de novas tecnologias sustentáveis”.
Para ele, o grande desafio dos profissionais de sustentabilidade hoje é tornar tangível o que pode parecer intangível aos olhos dos CEOs e acionistas, muitos deles ainda presos ao velho paradigma, em que tudo o que foge do ativo físico circulante deve ser administrado como custo. “Cabe a esses profissionais mostrar que a sustentabilidade é um investimento para a sobrevivência da empresa”, argumenta.
O desafio da sensibilização
Para Santos, esses profissionais têm o desafio de mostrar que a sustentabilidade se aplica a todas as áreas da empresa ou instituição em que atuam e que é possível mensurá-la por meio de indicadores. “O intangível tem que virar tangível”, diz.
Por isso, alcançar sucesso nesse trabalho de sensibilização torna-se ainda mais difícil quando se tem outra questão em jogo: a falta de alinhamento conceitual.
“O conhecimento nessa área ainda é incipiente, por isso temos grande dificuldade no alinhamento dos conceitos, o que gera uma dificuldade de entendimento”, esclarece Marcus Nakagawa, idealizador da Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade – Abraps – e sócio-diretor do Setor i, empresa de gestão integral para o terceiro setor.
A Abraps possui um comitê da Rio+20 que está realizando um trabalho de coleta de postulados sobre sustentabilidade com várias grandes organizações. Nakagawa conta que, nesse trabalho, fica evidente a falta de alinhamento, pois um mesmo conceito é definido de diferentes maneiras pelas organizações.
“A base para qualquer trabalho é o alinhamento conceitual. É daí que surge o entendimento de como a sustentabilidade está presente no nosso dia a dia e como ela pode gerar resultados para todos”, defende.
Nakagawa afirma que atualmente nem todos compreendem os conceitos relacionados à sustentabilidade nem quem é o profissional que atua nessa área tão multidisplinar. “Acredito que daqui a 20 ou 30 anos, haverá um amplo entendimento sobre esses conceitos, que serão aplicados naturalmente em todas as rotinas de trabalho”, acredita.
Carreira nas médias e pequenas empresas
Nakagawa relata que de acordo com pesquisas realizadas pela associação cerca de 40% dos profissionais da área atuam em empresas ou consultorias. “Há um grande movimento de pessoas querendo atuar com sustentabilidade, gente migrando de outros setores. Todos querem trabalhar dentro da área de sustentabilidade das grandes empresas ou em consultorias que prestam serviços para grandes empresas”, afirma.
Apesar da grande visibilidade que as grandes empresas fornecem à carreira desses profissionais, Nakagawa diz que há um vasto campo a ser explorado nas médias e pequenas empresas, especialmente naquelas que são fornecedoras de grandes empresas e precisam se adaptar aos novos padrões de sustentabilidade.
“Um dos desafios da Abraps é apontar esses novos caminhos que se abrem nas médias e pequenas empresas”, conclui.
Fonte: Portal HSM
24/02/2012
24/02/2012
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