A palavra inovação, em geral, leva a pensar em novidades relacionadas à tecnologia, a novos produtos que executem funções de forma mais rápida, mais barata e segura.
No entanto, é um equívoco restringir o conceito de inovação ao desenvolvimento de produtos tecnológicos. Se inovação significa o mesmo que renovação, logo pode e deve ser aplicada também a estratégias e metodologias de gestão e gerenciamento.
Conforme afirmou Moysés Simantob, professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), co-fundador e coordenador do Fórum de Inovação da FGV, durante o Fórum de Inovação da instituição, “não basta lançar ou aperfeiçoar produtos e serviços, é necessário olhar a empresa de forma sistêmica e buscar a sustentabilidade para que se tenha uma gestão inovadora.”
É precisamente com base nessa percepção que Gary Hammel – um dos mais renomados especialistas do mundo em gestão, eleito um dos mais influentes pensadores de negócios do mundo pelo The Wall Street Journal – afirma que a inovação da gestão é a invenção mais importante da humanidade no último século.
Para Hammel, a inovação em gestão é capaz de criar vantagem de longo prazo para as empresas, e um dos grandes desafios é saber como as empresas mais bem-sucedidas de amanhã serão organizadas e administradas.
Ou seja, o sucesso dependerá diretamente da diferente maneira como as empresas gerenciam a capacidade, distribuem recursos, desenvolvem estratégias e avaliam o desempenho.
Para tanto, o primeiro passo recomendado por Hammel é buscar a coordenação de esforços por parte dos colaboradores sem impor uma hierarquia opressiva. Caso contrário, alerta ele, o risco é sufocar o talento de profissionais rebeldes, dogmáticos e de espírito livre.
A dificuldade é maior em empresas de maior porte, com culturas organizacionais já plenamente consolidadas. Conforme afirmou Hammel em entrevista para a revista HSM Management, edição 85, essas companhias, “se quiserem ser mais inovadoras e inteligentes do que uma multidão crescente de start-ups, devem aprender a inspirar seus funcionários para que dêem o melhor de si todos os dias”.
Inovação de berço
O espaço para a inovação em gestão é maior nas pequenas empresas não apenas pela maior agilidade que essas organizações têm de adaptar a novas realidades. O que existe, além disso, é uma necessidade imediata de encontrar alternativas à falta de crédito, à burocracia estatal, à altíssima carga de impostos, à falta de políticas públicas que visem às micro, pequenas e médias empresas.
Logo, para executar um plano de marketing nessas condições, só resta ao pequeno empreendedor buscar a inovação gerencial. Isso significa que nem sempre ele vai, por exemplo, competir com seus concorrentes pelo melhor preço ou pela maior qualidade do produto ou serviço em si.
Nesses casos, o que pesa é a possibilidade de atender ao cliente de uma forma inovadora – seja no atendimento, na entrega ou em algum outro aspecto operacional.
Moysés Simantob, professor da FGV acredita que as organizações buscam desenvolver e incorporar a capacidade de inovar quando já são líderes de mercado ou almejam alcançar destaque em seus segmentos.
Também é fator motivador para a inovação a atuação em mercados instáveis, assim como períodos de indefinição ou de mudanças aceleradas. Em suma, para ele o que motiva as empresas a inovar em suas estratégias de gestão é a busca por sistemática pelas novas oportunidades de negócio, com possibilidade de alavancar competências existentes.
Dicas para a inovação
Hammel acredita que a inovação pode ser desenvolvida a partir de três propostas.
1 – Acelerar a mudança: num mundo em constante mudança, antecipe seus movimentos para sair na frente dos concorrentes.
2 – Romper barreiras de entrada: a saída mais eficiente para se destacar no meio de tantos concorrentes é inovar.
3 – Buscar diferenciação: uma vez que as empresas já apostam no conhecimento como estratégia de marketing, a diferenciação surge ao acelerar o desenvolvimento de conhecimento.
Fonte: Portal HSM
17/09/2011
17/09/2011
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