terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Simplexity Thinking: o caminho da inovação sem atalhos

Para o idealizador do método, Min Basadur, é literalmente complicando que se chega às melhores soluções

Para quê complicar se podemos simplificar? Na verdade, uma nova corrente de pensamento visando à inovação chamada Simplexity Thinking indica que, para atingir a eficiência, é necessária, em primeira instância, a busca deliberada por problemas “complexos”. Simplificar problemas excessivamente, pode levar a soluções paliativas e de curto prazo.

Para o especialista e idealizador do método, Min Basadur, professor no curso “Criatividade para Inovação – um novo processo” do CIC ESPM, e na área de inovação na McMaster University, boas empresas falham porque se tornam muito complacentes. Estudos indicam que empresas mais conservadoras criam metas e rotinas pré-estabelecidas às suas equipes, o que limita a criatividade e inibe o desenvolvimento de uma postura mais pró-ativa.

“Essa tradição faz com que as organizações tropecem no erro mais comum: a busca por resultados em curto prazo, no qual avaliam prematuramente uma situação, em vez de criar alternativas e selecionar as melhores opções para melhor desenvolvê-la”, explica.


Quatro passos para “complicar”

O consultor explica que é importante, durante o andamento do processo, conter o impulso de antecipar julgamentos, sob o risco de perder algo no caminho. Basadur idealizou o sistema com base em quatro etapas:

• Geração – etapa na qual se procuram problemas para resolver
• Conceituação – estágio de definição e, porque não, complicação do problema a ser resolvido
• Otimização – etapa de criação de soluções que atendam ao máximo de complicações, detalhes e desdobramentos do problema
• Implementação – escolhida a solução mais completa, é hora de colocá-la em ação.

Cada estágio exige criatividade para combinar o pensamento imaginativo, avaliador e analítico com a habilidade de adiar um julgamento, ou seja, antes da solução, definir o problema de uma maneira mais precisa.

Basadur esclarece que muitas pessoas dentro de uma equipe tendem a dar preferência de atuação em uma das etapas do processo, mas que o segredo do Simplexity Thinking é atuar efetivamente por cada quadrante, ou alguma questão ficará estagnada.

Para ele, organizações talvez fiquem desequilibradas se houver muitas pessoas com características otimizadoras e implemendoras, pois podem focar excessivamente em questões de curto prazo, e perder oportunidades para mudanças que valham a pena. Por outro lado, se uma organização tem muitos conceituadores e geradores podem ter muitas ideias e não ser capazes de aplicá-las.

Ele explica ainda que administradores precisam ser líderes inovadores, capazes de inspirar colegas a optarem por mudanças, “já que a chave para o aumento da competitividade está na habilidade de se aperfeiçoar e mudar o que fazemos e como fazemos”.

E ao se adaptar à resolução de problemas complexos, segundo ele, é possível antecipar problemas, oportunidades, tendências, as necessidades dos clientes e desenvolver soluções em novos produtos, novos serviços e novos processos.

Para uma cultura inovadora, cada empresa deve definir quais resultados estão sendo buscados e, então, criar um cronograma para a resolução dos obstáculos. “E quando uma solução for colocada em prática, tenha certeza de que novos problemas e oportunidades surgirão, pois esse é um processo circular e contínuo”, conclui Basadur, ao menos até o surgimento de algum novo fator inesperado.


Fonte: Portal HSM
06/12/2011

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