segunda-feira, 4 de julho de 2011

Fábio Gandour, cientista-chefe da IBM do Brasil, questiona alguns conceitos sobre inovação e explica sobre algumas metodologias para monetizar ideias inovadoras

“Nosso País se beneficia pouco das inovações que faz e eu vim aqui exatamente para apresentar a vala que há entre inovação e ciência voltada para o negócio dentro das organizações”. Foi assim que Fábio Gandour, membro da Academia de Ciências de Nova York e líder do recém-anunciado laboratório de pesquisa da IBM Research Division no Brasil, se apresentou no último dia de palestras do Fórum HSM de Inovação e Crescimento, realizado nos dias 28 e 29 de junho.

Para explicar sua afirmação, o cientista fala que o empresário brasileiro é por si só inovador, mas peca na hora de mensurar e registrar projetos, explicando, por exemplo, que o País possui índices baixíssimos de registro de marcas e patentes criadas. E alerta que tal deficiência pode ser explicada também pela falta de medição do processo de criação como um todo.

“Falta às empresas brasileiras enxergar a ciência como negócio, dirigindo suas práticas operacionais única e exclusivamente para o retorno do que se está investindo”, diz Gandour.

Ele cita ainda como referência o DNA da Inovação, modelo criado pela cientista Ruth Ann Hattori, que define o modo como novas ideias devem ser trabalhadas para criar valor. Assim, Ruth propõe que a base da interação da empresa-mundo busque foco em seus players de mercado, adotando uma atuação estratégica que cria uma liderança capaz de proporcionar aos funcionários valores básicos, sinergia e diversão ao inovar.


Caminhos a seguir
 
Toda ideia inovadora deve possuir profundidade e clareza, abrangência e relevância, concisão e completude para sair do papel. Essas diretrizes norteiam o início das ações, mas são insuficientes para mudar o rumo de uma empresa. “A inovação sempre sustenta algum caráter novo e o maior desafio é aprender a medir os resultados para poder comparar os resultados sobre qual valor a ação proporcionou para seu cliente”.

Para ele, o maior problema no mercado brasileiro ainda são os processos fundamentados no achismo, que pode ser utilizado como o início de um estudo, mas que depois é fundamental usar a tecnologia e todos os recursos disponíveis para tornar a ação um processo evolutivo.

Por isso que a inovação pode ser simples, ou seja, a partir da incrementação de um produto ou de vários produtos que trazem em si novos atributos. Depois, a empresa pode tratar a inovação como uma estratégia competitiva, diferenciando o seu produto dos demais concorrentes. Por fim, é necessário mensurar o valor percebido pelo cliente.

Ao se pensar na implementação de projetos inovadores, deve-se ter em mente que o que é um sonho torna-se realidade nos dias de hoje e a tecnologia permite um avanço inovador da sociedade, a estética muda, mas a funcionalidade é a mesma.

Mas e o valor humano? O capital intelectual é o que importa e por isso o DNA da inovação representado pela professora Ruth Ann Hattori coloca as pessoas no núcleo da ação. É a partir das pessoas que surgem as lições aprendidas e definem-se métricas que monitoram resultados. São elas quem executam e implementam processos e realizam a comunicação entre os times de projeto para se manter o foco no valor esperado pelo cliente.


DNA da Inovação




“Por isso que atento todos aqui para criarem grupos com foco, disciplina, dedicação e resiliência, oferecendo a eles espaço para a inovação, de modo que eles possam humanizar conceitos, controlando e mensurando a qualidade dos processos”, conclui Gandour.







Fonte: Portal HSM
04/07/2011

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