O administrador, por seu conhecimento científico, diferencia-se de outros profissionais quanto à aplicação de suas habilidades sistemicamente, combinando recursos, sempre com um olhar adiante, interdisciplinar, interagente e dinâmico, cujos impactos extrapolam os domínios da organização, muito embora esta seja seu foco principal. A isso, simplisticamente, poderíamos definir como holismo. A riqueza advinda da organização racional do trabalho (associada às técnicas hodiernas), pode ainda gerar excedentes, cuja apropriação pela população estaria garantida pela maior produtividade, redução de desperdícios e, consequentemente, possíveis reduções de custos operacionais (resultando em preços mais justos e moderados!). A racionalização da cadeia de produção privada ou da complexa máquina pública tende a propiciar maior acesso ao consumo e melhoria da qualidade de vida, respectivamente, gerando um "moto contínuo" econômico virtuoso. Todos ganham! Como aceitar um administrador alheio aos fatos políticos, econômicos e sociais que o cercam? Alheio ao seu tempo?! Cabe ao administrador funções mais amplas que às de organizar, planejar, dirigir e controlar as simultâneas necessidades da organização e de seus membros - intramuros.
Do administrador se espera as posturas de negociador e interventor nas ações coletivas. Inclusive, os administradores devem ser os protagonistas dessas ações sociais. Afinal os sistemas são abertos. O processo político, incluindo o partidário, talvez seja o viés condicionante para que o próprio administrador, as empresas, as organizações públicas, por fim, a sociedade entenda que o papel desse profissional é indispensável para o crescimento do PIB, por exemplo, e, consequentemente, da melhoria das condições sócio-econômicas e ambientais de forma sustentada. A sustentabilidade também perpassa pela abordagem da empregabilidade – inclusive do administrador. Ou ainda, deve responder às indagações: Como o mercado (sociedade) percebe ou sente a necessidade dessa mão-de-obra? É dispensável? É indispensável? É substituível? Serão os administradores os próximos profissionais considerados de “segunda classe”, como equivocadamente alguns vêem os jornalistas?
O administrador já está se mobilizando, sendo seu próprio agente político, quando participa efetivamente das ações que lhe são afetas, avocando à sua responsabilidade as demandas dessa complexa teia social.
Carlos Augusto Matos de Carvalho
Presidente do Conselho Regional de Administração de Roraima – CRA/RR
Fonte: http://www.cfa.org.br/
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