quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Cinco passos para unir pessoas e criar grandes empresas

Criador da reengenharia, James Champy, fala sobre como unir pessoas e criar grandes corporações

O americano James Champy revolucionou os processos de gestão empresarial e de pessoas há cerca de 20 anos, mas suas lições sobre o fator humano entre líder, colaborador e clientes se mostram atuais.

Champy enumera cinco características que transformam empresas e equipes em referências de mercado:

Ambição – os líderes de toda grande empresa devem possuir uma ambição em comum com sua companhia, geralmente uma que atenda a uma necessidade não satisfeita de seus clientes;

Cliente – boas companhias são constituídas por pessoas atentas às necessidades do cliente, muitas vezes surgindo a partir delas;

Foco – grandes empresas e equipes permanecem focadas no que sabem fazer de melhor, crescendo em território conhecido. Champy defende a definição clara de escopo para os negócios de uma empresa - na dúvida, concentre esforços onde está seu expertise;

Execução – grandes equipes e empresas não apenas são eficientes em suas entregas, mas também dedicadas. Champy defende a execução de uma forma mais ampla, que engloba desde a proposição até a etapa de entrega;

Inspiração – companhias inteligentes mantêm todos os seus colaboradores engajados nos negócios, desde a criação até a entrega. “As ideias não correm apenas de cima para baixo, mas também vêm de baixo para cima ou em qualquer outra direção”, diz Champy, defendendo um fluxo de ideias que pode também ter origem entre os colaboradores.

Pai da reengenharia

James Champy, juntamente com o também americano Michael Hammer, criou no início da década de 1990 o conceito de reengenharia, um método de manter a competitividade e metas de uma empresa.

A reengenharia analisa o valor de cada processo ou atividade desempenhada por colaboradores, eliminando ou readequando aquelas que não trazem valor para a organização ou para os clientes. O método consiste basicamente de quatro etapas:

Preparação – lista processos e atividades da empresa, seleciona aqueles a serem redefinidos e mobiliza recursos para o projeto;

Planejamento – alocação de tempo, recursos e pessoas. Estruturação de equipes e distribuição de tarefas;

Implementação – analisa processos selecionados (liderança, envolvidos, pontos fracos e fortes) e os reinventa segundo novas metas, avaliando o impacto e riscos e implementando o novo processo;

Avaliação – medição e comunicação dos resultados da mudança.


Liderança – resistente à web 2.0

“Como muitos executivos, eu uso tecnologias avançadas para administrar e fazer meu trabalho”, comenta Champy em um de seus artigos. “Mas continuo me perguntando até que ponto sou um ‘luddite’ (referência ao ludismo, movimento surgido na Europa no século XIX e contrário à mecanização trazida pela Revolução Industrial), porque meu estilo de liderança não mudou ao longo dos anos, mesmo estando ‘conectado’”.

Champy diz que sem dúvida o advento das novas tecnologias permitiu aos líderes uma comunicação mais ampla e rápida, mas se preocupa em relação ao distanciamento ainda maior de gestores em relação às suas equipes. Ele se preocupa com a possibilidade da web 2.0 – “e o que mais venha depois” – se tornar um instrumento que torne líderes mais distantes e não algo que os aproxime.

“Nas mãos de líderes despreparados, a tecnologia pode criar distância e falsa sensação de segurança”, conclui Champy em artigo para o Harvard Business Review.


Fonte: Portal HSM
23/11/2011


REFERÊNCIA:
CHAMPY, James. “OUTSMART!: How to Do What Your Competitors Can't”.Harvard Business Review.

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